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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

PMs admitem ter dirigido Gol usado por ladrões que mataram coronel do Exército

     Interrogados pela Polícia Civil, os dois soldados do 11º Batalhão da Polícia Militar presos sob suspeita da morte do coronel do Exército aposentado Julio Miguel Molinas Dias negaram envolvimento no crime, mas admitiram em depoimento que rodaram com um Gol usado pelos ladrões para atacar e matar o militar em novembro, no bairro Chácara das Pedras, em Porto Alegre.
     O veículo, roubado na Rua Professor Ulisses Cabral — a mesma onde morava Molinas —, foi abandonado com placas clonadas quatro dias após o assassinato do coronel e submetido a perícia para coleta de vestígios dos ladrões. Exames realizados por técnicos da Divisão de Perícias Papiloscópicas identificaram dentro do Gol fragmentos de impressões digitais da namorada de um dos PMs e do cunhado de outro.
     Também presos, a namorada e o cunhado admitiram que andaram no veículo, cada um deles na companhia de um dos PMs. Diante das evidências, os PMs confessaram ter dirigido o Gol.
     Conforme o delegado, um dos soldados disse que tinha ido a uma feira de carros usados, se interessou pelo veículo, modelo 2012, e pediu para rodar com o Gol por cerca de uma semana. De acordo com o delegado, o PM não soube apontar quem é o dono do carro. O PM tinha sido reconhecido por foto como o condutor de um Gol, multado por cruzar o sinal vermelho e dirigir sem cinto de segurança.
     O outro PM, dono de uma motocicleta 600 cilindradas, teria dito que, em razão de chuvas, necessitou de um carro para ir a compromissos e o colega lhe emprestou o Gol por alguns dias. Os PMs garantiram que desconheciam que o veículo era roubado e clonado.
— Eles não poderiam negar que andaram com o carro. A prova técnica da presença dos familiares deles é incontestável — observou o delegado.
     Quanto à autoria da morte de Molinas, a polícia segue sem saber quem, de fato, participou da perseguição com o Gol e quem era o homem visto sentado na carona do C4 dirigido pelo coronel. A certeza até agora é de que se tratava de dois homens e que portavam pistolas calibre .380, o tipo de arma que matou o militar. Três pistolas foram recolhidas pela polícia, sendo duas são calibre .380 — uma em cada casa dos PMs presos.
     As armas estão sendo encaminhadas para exame de balística. A perícia vai analisar se foram dessas pistolas que partiram os disparos contra Molinas confrontando as armas e as cápsulas deflagradas encontradas no local do crime e extraídas do corpo da vítima. O militar foi atingido no lado direito do rosto, no tórax e no braço esquerdo.
     Molinas foi assassinado quando chegava em casa em seu C4 na noite de 1º de novembro. Ele estava sob a mira de arma de um assaltante. Atrás do veículo vinha um Gol vermelho. Na frente da moradia, o coronel reagiu e foi morto a tiros.
     Conforme investigação da Polícia Civil e da Corregedoria da BM, os PMs estariam envolvidos no crime, pois tinham intenção de assaltar a casa do militar para levar 23 armas do arsenal particular da vítima. Os PMs já vinham sendo investigados por desvio de armas no 11º BPM e fariam parte de uma quadrilha suspeita de assaltos ao estabelecimentos comerciais na zona norte da Capital. O grupo foi preso na manhã desta terça-feira.
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