Um vídeo de uma câmara de segurança instalada no corredor de acesso ao apartamento da aposentada Odete Hoffmann Prá, 88 anos, traz uma importante revelação sobre a morte de Márcio Nadal Machado, o Cachorrão, 33 anos. As imagens comprovam: dona Odete atirou três vezes contra o bandido que havia invadido seu apartamento no começo da noite de 9 de junho de 2012, na área central de Caxias do Sul. Na semana que passou, a pedido do Ministério Público, o inquérito que investigava as circunstâncias e autoria do homicídio foi arquivado pela 1ª Vara Criminal de Caxias.
No inquérito havia uma cópia do vídeo, porém, ele não continha o áudio que revela a conversa entre o criminoso e a aposentada. Cachorrão aparece tentado deixar o apartamento. O ângulo da câmera não permite a visualização da idosa. O bandido quer sair do apartamento e quando vai em direção à idosa é baleado a primeira vez. Ele insiste em progredir e é baleado outra vez. Cachorrão ainda tenta argumentar antes de ser baleado pela terceira vez. Cerca 20 minutos depois é que familiares e PMs chegaram à casa de Odete.
Uma cópia desse vídeo foi entregue ao Ministério Público posteriormente ao arquivamento do inquérito. A promotora de Justiça Sílvia Regina Becker Pinto, interrogou um familiar da idosa que disse ter tentado entregar uma cópia da gravação com o áudio sincronizado à polícia. Segundo ele, a polícia não teria dado importância à mídia por ter uma cópia no inquérito. Porém, a filmagem que estaria sem áudio. Silvia encaminhou cópia do depoimento e da gravação à Justiça e a Corregedoria da Polícia Civil. O arquivamento sepulta qualquer especulação de que Odete não fosse a autora dos tiros contra Cachorrão. Uma perícia não encontrou resíduos comuns a quem faz disparos com armas nas mãos da idosa. Outra análise do Instituto-geral de Perícias apontou que um dos projetis encaminhado para exame não teria sido disparado pelo revólver apreendido pela Brigada Militar. A conclusão do inquérito pela polícia dependia de novas perícias. Conforme uma análise do IGP, o projétil retirado do corpo do assaltante não teria sido disparado pela arma que Odete alega ter usado para matar o criminoso. O delegado Joigler Paduano havia solicitado à Justiça a exumação do cadáver do assaltante para a retirada de um projétil que ainda estaria no corpo. A intenção era fazer uma nova perícia com o revólver calibre 32 que Odete afirma ter usado para matar o bandido. O pedido foi negado pelo Judiciário.
Fonte: Gaucha.clicrbs.com.br/rs/