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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Técnicos entregam relatório sobre limpeza da Kiss à dona do prédio da boate

Os técnicos da Sulclean entregaram o relatório sobre limpeza interna no prédio onde funcionava a boate da Kiss na Rua dos Andradas à dona do imóvel, a Econn Empreendimentos de Turismo e Hotelaria, no final da manhã desta terça-feira.

A Sulclean foi contratada para fazer um levantamento do que seria necessário para fazer a descontaminação do local, onde segundo laudos, existem mais de 200 substâncias tóxicas, 17 delas altamente cancerígenas.

Conforme os técnicos, que estiveram no interior da boate, é praticamente impossível fazer a remoção de resíduos tóxicos (pó e fuligem) sem remover os entulhos (garrafas, calçados etc) e escombros (ferros caídos do forro e restos de espuma). Além disso, o grupo fez apontamentos sobre as condições de segurança que o local oferece para a entrada dos trabalhadores que terão de executar a tarefa.

A proprietária do imóvel pediu mais alguns dias à Justiça para informar o nome da empresa que será contratada para fazer a descontaminação. O prazo determinado pelo Ministério Público encerraria nesta quarta-feira.
Fonte: Diário de Santa Maria

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Juiz vai ouvir vítimas da Kiss em seis cidades do Estado

O juiz da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, Ulysses Fonseca Louzada, responsável pelo processo criminal sobre o incêndio na boate Kiss, vai acompanhar as audiências que ocorrerão em outras cidades do Estado. 

As sessões serão em Uruguaiana (22 de outubro), Quaraí (23 de outubro), Horizontina e Frederico Westphalen (29 de outubro), Passo Fundo (30 de outubro) e Porto Alegre (em novembro, em data a ser marcada). Será ouvida uma pessoa em cada município, com exceção da Capital, onde serão dois depoentes, a namorada e o sobrinho de Elissandro Spohr, o Kiko.

O juiz também pediu que a Polícia Civil informe, no prazo de 30 dias, os endereços de 28 vítimas indicadas pela defesa de Kiko. Isso porque o Ministério Público informou que os endereços não estão nos autos. 

Se encontradas, o magistrado deve marcar mais sessões em Santa Maria para ouvir estas pessoas. Caso não sejam localizadas, o juiz dará como encerrada a fase de depoimentos de sobreviventes e agendará datas para ouvir testemunhas _ que se comprometem em dizer a verdade, sob pena de serem processadas.

Louzada pediu, ainda, que a polícia informe se há algum inquérito policial em andamento em relação à boate.
Fonte: Diário de Santa Maria

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Empresa fará vistoria na boate Kiss, em Santa Maria, nesta sexta-feira

Uma prestadora de serviços contratada pela empresa dona do prédio onde funcionava a Kiss, em Santa Maria, fará uma vistoria no interior da boate nesta sexta-feira. A ação está marcada para as 9h.

Segundo Paulo Henrique Corrêa da Silva, advogado que representa a Econn Empreendimentos de Turismo e Hotelaria, dona do imóvel, servidores da Sulclean entrarão no prédio para qualificar e quantificar o serviço de limpeza que deverá ser feito posteriormente. A empresa que fará efetivamente a remoção dos materiais pode ser a própria Sulclean ou outra habilitada escolhida.

A Econn tem prazo até 23 de outubro para informar o Ministério Público sobre qual a empresa fará a remoção dos resíduos da casa noturna.

Ainda conforme o advogado, neste momento, não será feito nenhum tipo de trabalho na estrutura do edifício.
Fonte: Diário de Santa Maria

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Dia de homenagens às vítimas do incêndio da boate Kiss

A tragédia da boate Kiss completa 8 meses nesta sexta-feira. Como em toda a data que o incêndio completa mais um mês, a Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) homenageia, com uma manifestação pública, as 242 pessoas que morreram. Tradicionalmente, os familiares e amigos lembram as vítimas com palmas e sinos. Neste mês, o Minuto do Barulho será na Praça dos Bombeiros.
- A tragédia não pode cair no esquecimento - comenta o presidente da associação, Adherbal Ferreira.

Na agenda, viagens da associação ao Exterior

Durante o mês de outubro, representantes da associação vão viajar aos Estados Unidos e à Argentina. Adherbal vai aos país norte-americano, entre os dias 9 e 12, a convite do Instituto Sprinkler, uma organização de divulgação de informações relativas ao combate de incêndios por meio da utilização de chuveiros automáticos.

O presidente da associação participará de um congresso mundial sobre incêndios, sobreviventes e vítimas de queimaduras. 

PROGRAMAÇÃO
- 8h30min - O Movimento do Luto à Luta e a ONG Para Sempre Cinderelas recebem doações em alimentos na barraca da AVTSM, na Saldanha Marinho 
- 15h - Estudantes, em parceria com a associação, distribuirão abraços e bilhetes à população, na Saldanha Marinho e no Calçadão 
- 18h30min - Associação e comunidade se reúnem na Praça dos Bombeiros 
- 19h - Ocorre o Minuto do Barulho e, em seguida, haverá um ato ecumênico na Igreja Luterana (Esquina das ruas Coronel Niederauer e Barão do Triunfo). Serão distribuídas mudas de árvores aos presentes, simbolizando a vida.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Kiko vai a audiência do caso Kiss em Porto Alegre

O sócio da boate Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko, está participando das audiências que ocorrem nesta segunda-feira, na 2ª Vara do Júri, no Foro Central, em Porto Alegre. As oitivas fazem parte do processo criminal que tramita na 1ª Vara Criminal de Santa Maria, contra quatro réus que respondem por homicídio doloso.

Desde que saiu da cadeia, em 29 de maio, o sócio da boate não havia aparecido publicamente.

Kiko é um dos réus, junto com Mauro Hoffmann, também dono da boate, Luciano Bonilha Leão, produtor da banda Gurizada Fandangueira, e Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista do grupo, que também está assistindo as audiências de hoje.

A primeira testemunha a depor nesta segunda-feira foi o estudante de direito Juan Martins, 19 anos. Ele reiterou que a boate estava superlotada e não tinha sinalização de emergência.

Juan estava na parte superior do local e não viu o fogo começar. Ele afirmou que saiu porque foi alertado por uma menina sobre o que estava ocorrendo.

O estudante ficou 13 dias internado e ainda faz tratamento pneumológico e neurológico. Ele disse que espera justiça e que os donos da boate sejam presos.

O depoimento mais aguardado do dia é o de Ricardo Pasche, que é cunhado de Kiko e exercia a função de gerente da boate. Ele prestará informações na condição de vítima da tragédia.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

'Sinto saudades do mundo fora do hospital', diz jovem internada devido ao incêndio na boate Kiss

Depois de enfrentarem o medo, a dor e sobreviverem ao incêndio da Kiss, as duas últimas feridas que estão internadas em Porto Alegre se recuperam bem e esperam ansiosas pelo dia em que poderão voltar para casa.
Renata Pase Ravanello e Ritchieli Pedroso Lucas se alimentam normalmente e já caminham, mas as queimaduras e os problemas respiratórios fazem com que o tratamento prolongue a internação.
O Diário conversou, por telefone, na terça-feira à noite, com Renata. Ela falou rapidamente com a reportagem, entre um procedimento médico e outro, e contou quais são suas expectativas e o que pretende fazer quando deixar o Hospital de Clínicas.
A jovem de 25 anos diz que a recuperação não tem sido fácil, mas sua força surpreende e, mais do que isso, emociona.
Renata acompanha tudo o que diz respeito ao caso Kiss pela televisão e pela internet. Apesar de não ter previsão de alta, está otimista e focada em seus tratamentos.
- Estou confiante e com pensamento positivo. Sei que é tudo para meu bem. Sinto saudades do mundo fora do hospital. Mas não tenho do que me queixar. Estou bem, viva e seguirei em frente - diz Renata.

Confira a entrevista que Renata concedeu à reportagem:

Diário de Santa Maria - Após quatro meses, como você se sente?
Renata Ravanello - Estou bem. Agora é a reta final dos tratamentos e procedimentos. Apesar de não ter previsão de alta, estou confiante e com os pensamentos positivos. Desde aquela noite, estou vivendo uma nova vida.
Diário - Quais são as suas expectativas para o futuro?
Renata - Eu realmente não sei o que esperar quando sair daqui. Tenho vontade de sair logo, mas sei que preciso ter paciência, para que tudo seja o mais correto possível e melhor para mim. Estou sendo muito bem atendida, e sei que os tratamentos devem continuar aí em Santa Maria.
Diário - Tu tens acompanhado o que acontece em relação ao caso do incêndio?
Renata - Vejo televisão e acompanho pela internet. O que posso dizer agora é que, quando sair, vou procurar a Associação (dos Familiares e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria) para me inteirar dos assuntos e ver as providências.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Ministério Público analisa pedido de liberdade de vocalista da banda Gurizada Fandangueira

O Ministério Público analisa, entre esta terça e quarta-feira, o pedido de liberdade do vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos. O músico está preso preventivamente desde o dia 28 de janeiro, na Penitenciária Estadual de Santa Maria.
Marcelo é acusado de homicídio com dolo eventual qualificado por asfixia, incêndio e motivo torpe, por ter sido quem utilizou o artefato pirotécnico no show da banda na boate Kiss, em 27 de janeiro, quando ocorreu um incêndio na casa noturna. Essa foi a maior tragédia do Estado e contabilizou 241 mortos.
O advogado do músico, Omar Obregon, foi o primeiro entre os defensores dos oito réus a entregar a defesa à Justiça, no dia 15. O prazo oficial determinado pela Justiça começou a contar na última sexta-feira e deve se encerrar no dia 29.
Na tarde desta segunda-feira, o juiz Ulysses Louzada encaminhou o pedido de revogação da prisão de Santos para vistas do MP.
Segundo o promotor Joel Dutra, não há prazo estabelecido para resposta, mas, como se trata de réu preso, ele e o promotor Maurício Trevisan devem se manifestar entre 24 horas e 48 horas.
— No nosso entendimento, ainda persistem os motivos pelos quais foi decretada a prisão preventiva, portanto, eles devem permanecer presos — disse Dutra.
À época da decretação da prisão preventiva, em 1º de março, a Justiça entendeu que os sócios da boate, Elissandro Spohr, o Kiko, e Mauro Hoffmann, e os integrantes da banda, Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão, deveriam permanecer presos para garantia da ordem pública e para que não interferissem no andamento das investigações.
Depois da análise do MP, o pedido volta ao juiz que decide pela revogação ou manutenção da prisão, que é por tempo indeterminado, ou seja, existe a possibilidade de eles permanecerem presos até o julgamento.
Ainda conforme o promotor, as outras 12 requisições feitas por Obregon na defesa de Santos e o pedido para que sejam ouvidas 16 testemunhas devem ser avaliadas junto com as manifestações das defesas dos outros réus, depois da apresentação de todos os advogados.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Advogado do vocalista da banda Gurizada Fandangueira entrega defesa à Justiça no caso da boate Kiss

O advogado Omar Obregon, que defende Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, réu no processo sobre a boate Kiss foi o primeiro dos oito representantes dos réus a entregar a defesa à Justiça. O documento foi entregue na última segunda-feira na 1ª Vara Criminal de Santa Maria.
Santos é acusado de homicídio com dolo eventual qualificado por asfixia, incêndio e motivo torpe. Ele está preso preventivamente na Penitenciária Estadual de Santa Maria.
Obregon fez 12 requisições ao judiciário, mas não quis adiantar o conteúdo dos pedidos. Solicitou que 16 testemunhas sejam ouvidas e pediu a revogação da prisão preventiva de Santos.
_ Estamos cumprindo todos os prazos fielmente e não vamos usar de nenhum artifício para prolongar o processo. Queremos a apuração e julgamento o mais rápido possível _ disse o defensor.
Segundo a 1ª Vara Criminal, o documento foi recebido, mas não pode ser disponibilizado antes de ser juntado ao processo.
O prazo oficial de 10 dias para que os defensores apresentem as defesas de seus clientes ainda não começou a contar, segundo o judiciário. Isso porque a confirmação da notificação do último réu ainda não chegou à 1ª Vara Criminal. Na semana passada, ele foi notificado por um oficial de Justiça da comarca de Santa Cruz, onde mora.

Chefe da fiscalização da prefeitura fala na CPI da Kiss

O superintendente de Fiscalização da Secretaria de Controle e Mobilidade Urbana, Beloyannes Orengo Pietro Junior, está depondo na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Kiss desde às 9h15min desta quarta.
Ele reiterou aos vereadores que, à época da liberação do alvará de localização da boate, em 2009, ele ainda não estava à frente da superintendência.
— Nosso trabalho é verificar se, de fato, o estabelecimento possui ou não o Alvará de Localizacão. Em caso de não possuir, é aplicada multa — avaliou Pietro Júnior.
O superintendente reiterou que o setor que ele comanda age de forma repressiva ao realizar vistorias uma vez ao ano em estabelecimentos da cidade. Em eventuais irregularidades, é aplicada multa ao dono do estabelecimento.
Beloyannes é um dos nove investigados em um inquérito civil em andamento no Ministério Público em Santa Maria por suposta improbidade administrativa no caso da boate.

terça-feira, 16 de abril de 2013

A luta de cinco sobreviventes da boate Kiss

Há quase 80 dias, cinco jovens internadas devido a ferimentos provocados pelo incêndio na boate Kiss, em 27 de janeiro, mostram força e superação. A vontade é de deixar logo os hospitais e ir embora com os familiares que, literalmente, mudaram-se para as instituições de saúde da Capital. Elas são cinco mulheres, na faixa dos 20 anos, e possuem uma característica em comum: são verdadeiras guerreiras. Cristina Peiter, Kelen Ferreira, Mariane Vielmo, Renata Ravanello e Ritchieli Lucas são as meninas que saíram naquela noite para se divertir e que batalham pela vida depois de sobreviverem à maior tragédia do Rio Grande do Sul.
A volta à rotina não será fácil. As marcas deixadas pela tragédia ficarão para sempre nas memórias das meninas. Mas elas se recuperam bem. Nesta terça-feira, completam-se 79 dias que estão internadas. O cansaço e o clima hospitalar incomodam, no entanto, com coragem e fé, elas seguem os tratamentos na luta pela recuperação.
- É impressionante como ela está bem psicologicamente. Está reagindo e busca todos os dias sua recuperação. É claro que há o cansaço, já são quase três meses, mas eu confirmo que não há desistência por parte de nenhuma das meninas - diz Dilvaine Ferreira, tia de Kelen, e que acompanhava o tratamento de todos os internados no Hospital de Clínicas, na Capital.
Outra motivação encontrada por Kelen é o retorno às aulas. Conforme a tia, a família da estudante de Terapia Ocupacional da UFSM entrou em contato com o curso para fazer aulas a distância. Dessa forma, ela não perde o semestre, ganha motivação, e ficará com os pais, em Alegrete, conta a tia.
A coordenação do curso confirmou que a solicitação foi feita e aguarda a autorização da junta médica e de outros setores para enviar as leituras, trabalhos e atividades a Kelen.
- Os professores de Terapia Ocupacional estão ansiosos para retomar, de certa forma, o contato com a nossa aluna - conta a vice-coordenadora do curso, Dani Laura Peruzzolo.
Cirurgião diz que foco principal é a saúde emocional das pacientes
É evidente que as cinco meninas internadas ainda necessitam de cuidados especiais. Elas se recuperam dos transplantes de pele e cirurgias corretivas em função das queimaduras. Ciro Portinho, cirurgião plástico do Clínicas - onde estão quatro das cinco internadas -, explica que as sobreviventes tiveram quadros mais graves de ferimentos externos, mas estão bem em relação às vias respiratórias - a última a deixar a CTI foi Ritchiele, na quarta-feira. Segundo Portinho, as sequelas são inevitáveis, pois tratam-se de grandes cirurgias e de machucados graves e delicados.
- Explicamos para elas que cada dia pode ser melhor - diz o médico.
De acordo com o cirurgião, neste momento, além das cirurgias que ainda estão sendo realizadas, é preciso tratar o psicológico das meninas. No ponto de vista dele, o emocional é um dos quadros mais preocupantes:
- Elas são mulheres, vaidosas. Precisam retomar suas vidas, suas rotinas, mesmo com as dificuldades. Sempre digo: cada dia é preciso um novo objetivo. Cada curativo ou procedimento, torna-se uma conquista.

No Hospital de Clínicas 
Cristina Peiter, 23 anos
- Nascida em Três de Maio e estudante de Engenharia Florestal da UFSM
- Cristina teve 22% do corpo queimado, ficou 25 dias na CTI, sendo 18 em coma induzido. Ela está no quarto, lúcida, e seu estado de saúde é bom. Cristina teve queimaduras significativas nas pernas e em um dos braços

Kelen Giovana Leite Ferreira, 19 anos
- Nascida em Alegrete e estudante de Terapia Ocupacional na UFSM
- O quadro clínico da jovem é estável, afirma a tia Dilvaine Ferreira. Kelen ficou 24 dias na CTI e teve cerca de 30% do corpo queimado. Segundo a tia da jovem, Kelen está muito bem psicologicamente, mas ainda não tem previsão de alta

Mariane Wallau Vielmo, 24 anos
- Nascida em Santiago e estudante de Sistemas de Informação da Unifra
- Conforme o irmão Maurício Vielmo, Mariane está melhorando e se recupera gradativamente. Segundo Vielmo, ela está mais animada e com bom-astral. Não há previsão de quando Mariane deixará o hospital

Renata Pase Ravanello, 25 anos
- Nascida em Cruz Alta, funcionária da prefeitura de Júlio de Castilhos e pós-graduanda em Direito do Trabalho
- O irmão Jonas Ravanello afirma que ela está bem, esperando novos resultados de exames. Renata aguarda uma avaliação médica no braço direito para saber a necessidade, ou não, de novo implante de pele. Já o braço esquerdo e o pé, assim como os pulmões, estão normais. Conforme Jonas, Renata teve 20% do corpo queimado

No Hospital Mãe de Deus
Ritchieli Pedroso Lucas, 19 anos
- Nascida em Santa Maria e estudante de Ciências Biológicas da UFSM
- Conforme o pai, Bráulio Lucas, Ritchieli está bem e segue os tratamentos. Na quarta-feira, ela deixou o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e foi para o quarto. Não há previsão para a alta da jovem, que teve cerca de 30% do corpo queimado, necessitando fazer enxerto. Conforme amigos, Ritchiele caminha e conversa com familiares. Ela é irmã de Driele Pedroso Lucas, a 241ª vítima do incêndio na boate Kiss, que morreu em 7 de fevereiro.
Fonte: Zero Hora

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Juiz aceita denúncia do MP contra oito pessoas sobre incêndio da boate Kiss

O juiz Ulysses Louzada, da 1ª Vara Criminal do Fórum de Santa Maria, aceitou a denúncia contra oito acusados por crime no caso do incêndio da Boate Kiss. A partir de agora, o magistrado vai citar as defesas dos oito réus para a manifestação, em até dez dias, e instaurar o processo judicial.
Quatro deles foram denunciados por homicídio doloso. O magistrado ainda disse na entrevista coletiva desta quarta-feira que o processo será julgado em Santa Maria. A partir de agora, a defesa dos acusados terá 10 dias para se manifestar.
Louzada é favorável ao júri popular dos quatro denunciados por homicídio doloso e que estão presos atualmente, os dois sócio-proprietários da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffman, e os dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão. "O delito atribuído aos acusados por ser capitulado como doloso e é da competencia do tribunal do júri. Não significa necessariamente que eles irão a júri popular", afirmou.
Fonte: Pioneiro

quarta-feira, 27 de março de 2013

Após dois meses do incêndio na boate Kiss, sete jovens permanecem internados

Porta-retratos com fotos da "prova de toga" decoram o quarto no sétimo andar do Hospital de Clínicas de Porto Alegre onde a estudante de Engenharia Florestal Cristina Peiter, 23 anos, se recupera dos ferimentos causados pelo fogo na boate Kiss. Entregues pessoalmente por colegas de curso da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que a visitaram, as lembranças servem de estímulo para o progresso do tratamento.
— Preciso terminar meu TCC e fazer o estágio, mas acredito que vai dar tudo certo para eu conseguir me formar em agosto — cochicha Cristina, sem conseguir falar mais alto devido ao inchaço nas vias aéreas, causado pela inalação da fumaça.
Na madrugada do incêndio, há exatos dois meses, a jovem lembra de ter chegado consciente até a porta, mas o tumulto a impediu de sair da boate. Ela sabe que foi retirada de dentro do prédio por um rapaz "alto e forte" e que uma viatura da Brigada Militar a levou até o Hospital de Caridade, conforme o relato da amiga Raquel Trevisan, que estava com ela na festa e saiu ilesa da tragédia.
— O despertar da Cristina nos preocupava, porque a gente não sabia como ela iria lidar com essas lembranças, mas ela está conseguindo reagir com tranquilidade — comenta o pai, Astor.
Com 22% do corpo queimado, Cristina foi uma das primeiras a ser transferida para Porto Alegre. Ficou 25 dias na UTI, 18 deles em coma induzido. Ela recebeu enxertos de pele nas pernas e em um dos braços. A última cirurgia foi na quinta-feira passada, por isso, ainda deve passar mais um mês hospitalizada.
Enquanto a jovem não pode mexer os braços para digitar, são os irmãos dela, Mateus, 20 anos, e Guilherme, 17 anos, quem mantêm os amigos informados pelas redes sociais. Mateus é estudante de Veterinária na UFSM e não foi à boate porque tinha programado sair cedo na manhã seguinte para ir à fazenda de um colega, em São Gabriel. Acabou madrugando no hospital para acompanhar o atendimento à irmã, enquanto os pais se deslocavam desde Três de Maio, onde visitavam parentes.
Nos últimos dois meses, os pais da jovem, Astor e Nilva, moradores de Casca, no norte do Estado, se uniram a dezenas de famílias vindas do Interior para cuidar de seus rebentos.
— A convivência criou uma amizade. São 60 dias juntos — conta José Carlos Ravanello, pai de Renata, 25 anos, de Cruz Alta.
Prova do envolvimento é que José Carlos tem na ponta da língua os nomes dos outros pacientes que seguem internados e vibra com cada um que recebe alta. Renata ainda deve demorar mais algumas semanas para voltar para casa, pois terá de receber um novo implante de pele nos próximos dias.
O pai conta que ela tinha feito a última prova da pós-graduação em Direito do Trabalho no dia da festa. Não fosse isso, nem estaria em Santa Maria.
— Mas agora o pior já passou. Ela está conversando bem, se alimentando bem e não vê a hora de voltar a trabalhar — comemora.
Dos 145 internados desde o dia 27 de janeiro, sete morreram. Sete continuam internados em hospitais de Porto Alegre, sem risco de morrer. Apenas um, em estado regular, permanece em CTI e inspira cuidados. Ao lado, a lista completa dos internados.

Os jovens internados:

Dois meses após o incêndio na boate Kiss, sete jovens se recuperam de ferimentos em dois hospitais da Capital. Todos tiveram queimaduras no corpo e passaram por cirurgia de implante de pele. De acordo com os familiares que forneceram informações sobre o estado de saúde, a alta pode levar pelo menos mais 30 dias. Apenas uma paciente está no CTI.

Hospital de Clínicas

Cristina Peiter

- 23 anos, de Três de Maio, estudante de Engenharia Florestal da UFSM

- Uma das primeiras a ser transferida, ainda no dia 27 de janeiro, Cristina saiu da UTI há cerca de um mês. A jovem, que teve 22% do corpo queimado, fez um novo enxerto de pele na quinta-feira passada. Recupera-se bem.

Kelen Geovana Leite Ferreira*

- 19 anos, de Alegrete, estudante de Terapia Ocupacional na UFSM

- Com 30% do corpo queimado, Kelen ficou 24 dias na UTI. Ela recebeu implantes de pele nos dois braços. Devido a problemas de circulação, a jovem teve o pé direito amputado e segue internada para se recuperar de pequenas complicações.

Marcos Belinazzo Tomazeti

- 21 anos, de Dom Pedrito, estudante de Agronomia da UFSM

- A mãe, Terezinha, prefere não dar informações sobre o estado de saúde de Marcos à imprensa.

Mariane Wallau Vielmo

- 24 anos, de Santiago, estudante de Sistemas de Informação da Unifra

- Internada no CTI do Hospital de Clínicas. O irmão, Maurício, informa que ela se recupera bem, mas a família prefere não fornecer detalhes.

Renata Pase Ravanello

- 25 anos, de Cruz Alta, funcionária da prefeitura de Júlio de Castilhos e pós-graduada em Direito do Trabalho

- Deve passar por uma nova cirurgia de implante de pele ainda nesta semana. Com queimaduras em 20% do corpo, a jovem já recebeu enxerto nos dois braços e no pé direito.

Hospital Mãe de Deus

Ritchiele Pedroso Lucas*

- 19 anos, de Santa Maria, estudante de Ciências Biológicas

- As queimaduras atingiram cerca de 30% de seu corpo. Irmã de Driele Pedroso Lucas, a 241ª vítima da Kiss, que morreu no dia 7 de fevereiro, Ritchiele já caminha e conversa com os familiares.

Juciane Bonella

- 21 anos, de São Marcos, estudante de Medicina Veterinária da UFSM

- A família aguarda avaliação dos médicos sobre a necessidade de novos implantes de pele. A jovem precisou de enxertos nos braços. Além de fisioterapia, ela faz fonoaudiologia, para recuperar a voz, afetada pela inalação da fumaça.

*Informações atualizadas na sexta-feira. A reportagem não conseguiu contato com os familiares nesta terça-feira.
Fonte: Zero Hora

segunda-feira, 25 de março de 2013

Sobreviventes da Kiss entram no grupo de risco da Gripe A

Santa Maria já se prepara para combater a gripe A (Influenza/H1N1). E, a partir deste ano, os sobreviventes da tragédia na boate Kiss também estão incluídos nos grupos de risco da doença, conforme a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS).
A 4ª CRS explica que as pessoas que inalaram a fumaça tóxica devem procurar os postos de saúde, com prescrição médica, a partir de 15 de abril. A meta para os 32 municípios de abrangência da 4ª CRS é receber 154.373 doses da vacina – 53.791 para Santa Maria, podendo aumentar de acordo com a demanda de cada cidade. No ano passado, quando houve muitas filas por causa das mortes por gripe A no Estado, a 4ª CRS recebeu, ao todo, 40 mil doses.
A vacinação ocorre de 15 a 26 de abril. Nesta semana, a 4ª Coordenadoria realiza uma reunião com as secretarias municipais de saúde dos 32 municípios para definir detalhes da campanha.

Fonte: Diário de Santa Maria

quinta-feira, 21 de março de 2013

Coletiva de imprensa que divulgará resultado do inquérito será aberta ao público

O anfiteatro Flávio Miguel Schneider, no prédio 42 do campus da Universidade Federal de Santa Maria, onde será divulgado o resultado do inquérito sobre o incêndio na boate Kiss, nesta sexta-feira à tarde, tem capacidade de 350 pessoas sentadas. Ainda é possível, segundo a UFSM, que outras 70 pessoas fiquem em pé. Segundo informações da Polícia Civil, a expectativa é que cem profissionais de imprensa participem do evento, que será aberto ao público em geral.
A Polícia Civil ainda estuda como deve ser o esquema de segurança na entrada do auditório do Centro de Ciência Rurais (CCR), mesmo centro em que morreram 65 alunos no dia da tragédia. Informações preliminares dão conta de que as polícias Federal e Militar possam auxiliar na segurança e na forma como as pessoas ingressarão no local.
O anfiteatro fica em frente ao Planetário, ao lado do Centro de Artes e Letras, o CAL. O estacionamento no entorno do anfiteatro tem capacidade para cerca de 200 veículos.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Santa Maria informou que dará apoio no começo da tarde para facilitar o acesso à universidade. Há duas rodovias que dão acesso ao campus da UFSM: a ERS-509 (Faixa Velha de Camobi) e a BR-287 (Faixa Nova de Camobi).

terça-feira, 19 de março de 2013

Delegados se reúnem para finalizar relatório do inquérito da boate Kiss

Os cinco delegados responsáveis pelas investigações do incêndio da boate Kiss estão reunidos na manhã desta terça-feira na Delegacia Regional de Santa Maria trabalhando na conclusão do relatório do inquérito policial. Eles chegaram por volta das 8h e estão concentrados em uma sala disponibilizada somente para este fim.
A única peça que ainda falta para a conclusão do inquérito é o laudo da perícia da espuma, que deve chegar hoje em Santa Maria, e deve comprovar que foi esse material que liberou os gases tóxicos que causaram as mortes por asfixia (por cianeto e monóxido de carbono).
Depois da chegada do laudo espuma, só mesmo a revisão final do relatório, que já tem 141 páginas e estaria esperando somente por esse dado. O relatório deve ser entregue até sexta-feira.

Mortes de voluntários no salvamento podem levar a indiciamento de bombeiros

A imagem de bombeiros imersos em cenas de heroísmo pode sair arranhada ao final do inquérito que investiga a morte de 241 pessoas em 27 de janeiro, no incêndio que destruiu a boate Kiss em Santa Maria.
Pelo menos três soldados e suboficiais ligados ao Grupo de Incêndio da cidade podem ser indiciados por homicídio — caracterizado na omissão e atos de imprudência durante a operação de salvamento dos frequentadores da danceteria. Só não há certeza do indiciamento porque o Ministério Público reluta em denunciar os envolvidos, já que teriam participado do socorro e, por isso, seriam vistos como ídolos pela comunidade.
Os cinco delegados que investigam o incêndio estão convencidos de que um grupo de bombeiros (pelo menos três militares) não fizeram tudo o que poderiam para evitar as mortes e, além disso, expuseram voluntários a risco mortal. Os bombeiros teriam convocado populares como voluntários para entrar na boate, contrariando normas básicas.
Esses salvadores improvisados ingressaram no local de incêndio sem qualquer equipamento de segurança ou treino. O pior nisso tudo é que cinco pessoas que entraram para salvar os frequentadores da boate também morreram, sufocadas pelos gases tóxicos emanados do fogo.
— Falamos com familiares desses mortos e comprovamos que todos morreram após voltarem como voluntários, numa operação estimulada pelos bombeiros. Ocorreu ingresso dessas pessoas num lugar onde só profissionais poderiam entrar, com máscara. Bombeiros fizeram outros assumirem um risco que deveria ser de pessoas treinadas — pondera um dos delegados que participa da investigação.

Sócio da Kiss disse que pediu máscara a bombeiro e não conseguiu

O indiciamento pode ser por homicídio doloso eventual (os bombeiros assumiram o risco de provocar mortes, mesmo sem desejar) ou por homicídio culposo (no caso, por imprudência).
Os policiais estão amparados em depoimentos prestados por 28 bombeiros e também por testemunhas-chave, que estavam na boate durante o incêndio. É o caso de um dos sócios da Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko. Ele disse ter pedido uma máscara de oxigênio para um bombeiro para voltar dentro da boate, mas o equipamento lhe foi recusado.
O dono da danceteria teria sugerido ingressar no recinto atado a uma corda, para poder ser resgatado em caso de urgência, mas outro bombeiro teria dito que "isso é coisa de filme americano."
Outro depoimento que deve embasar o provável indiciamento dos bombeiros que participaram do combate ao incêndio na Kiss é o do produtor da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha Leão, que estava junto ao palco quando o fogo começou. Conforme seu advogado, Gilberto Weber, Leão definiu o trabalho dos bombeiros como "precário".
O produtor disse, em depoimento, que faltavam equipamentos de todo o tipo — "vi apenas uma máscara de oxigênio", consta em seu depoimento. Bonilha Leão assegurou à polícia que muitas pessoas que fugiam da boate em chamas eram jogadas de volta para dentro da danceteria por jatos de água das mangueiras dos bombeiros. Isso, no entender dos policiais que investigam o caso, caracteriza imperícia dos bombeiros, o que pode motivar indiciamento por homicídio culposo.

Bombeiros não teriam equipamentos de resgate suficiente

A falta de equipamentos também teria sido admitida pelo comandante da guarnição de Santa Maria, tenente-coronel Moisés Fuchs, em depoimento à Polícia Civil dia 14.
O inquérito policial deve salientar que, ao mesmo tempo em que faltavam equipamentos básicos aos bombeiros (como máscaras e compressores de ar), a guarnição de Santa Maria chegou a pedir verbas para gastos supérfluos. Entre eles, duas cafeteiras avaliadas em R$ 11 mil e equipamentos de musculação orçados em R$ 51 mil. As compras não chegaram a ser autorizadas porque foram consideradas absurdas pelos empresários que administram o Funrebom (Fundo de Reequipamento do Corpo de Bombeiros) de Santa Maria.

Dois oficiais também podem ser responsabilizados por negligência

O indiciamento por homicídio pode atingir outros dois oficiais dos bombeiros. Está praticamente definido o indiciamento por homicídio doloso de dois oficiais da guarnição de Santa Maria: o tenente-coronel da reserva Daniel da Silva Adriano, e o capitão Alex da Rocha Camilo, que continua em atividade. Os dois autorizaram o funcionamento da boate por meio de alvarás.
Os policiais estão convictos de que precauções básicas foram quebradas com essa autorização, como a existência de apenas uma entrada/saída geminadas, além de corredores que impossibilitavam a saída de pessoas em curto espaço de tempo. A boate também funcionou com alvará vencido, sem que os bombeiros tivessem fechado o estabelecimento por isso.
A reportagem tentou ouvir o comandante dos bombeiros de Santa Maria, tenente-coronel Moisés Fuchs, na manhã desta terça-feira, mas ele disse que as explicações sobre o incêndio na Kiss só podem ser dadas pela assessoria da Secretaria Estadual de Segurança Pública.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Kiko se negou a falar à Polícia Civil

Elissandro Spohr, o Kiko, dono da Kiss, não falou em depoimento marcado para a tarde desta segunda-feira à Polícia Civil, na Penitenciária Estadual de Santa Maria. Segundo Jader Marques, advogado de Kiko, ele queria que o testemunho de seu cliente fosse gravado por meio de um vídeo, o que o delegado Marcos Vianna, não quis.
Diante da negativa do policial, Jader informou que seu cliente não iria depor. Às 18h desta segunda-feira, Jader concederá uma entrevista coletiva.
Fonte: Zero Hora

Polícia Civil chega na Penitenciária Estadual de Santa Maria para ouvir Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios da Kiss

Os delegados Marcos Vianna e um escrivão, responsáveis pela investigação sobre o incêndio na boate Kiss, chegaram à Penitenciária Estadual de Santa Maria, por volta das 14h20min, para ouvir Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios da casa noturna.
Apesar de ser um segundo depoimento, a Polícia Civil deve rever todos os detalhes presentes no primeiro depoimento, prestado no dia da tragédia que matou 241 pessoas, em 27 de janeiro.
Kiko é o último dos quatro presos preventivamente que irá ser ouvido novamente. A polícia queria tê-lo ouvido durante o final de semana, mas o advogado de defesa do empresário, Jader Marques, pediu mais tempo para analisar o inquérito policial, antes que seu cliente fosse interrogado.
Fonte: Diário Gaúcho

Policiais e militares devem depor nesta segunda-feira no inquérito da Kiss

Três policiais do Batalhão Especial de Operações (BOE) da Brigada Militar, agentes da Polícia Rodoviária Federal e militares da Base Aérea de Santa Maria irão prestar depoimento nesta segunda-feira no inquérito que investiga o incêndio na boate Kiss.
Conforme o delegado Sandro Meinerz, a polícia quer ouvir as pessoas que auxiliaram no resgate das vítimas na madrugada da tragédia, dia 27 de janeiro. Os policiais do BOE prestaram depoimento ainda nesta manhã.
— Estamos buscando mais detalhes sobre a forma de prestação de socorro para termos mais subsídios para provas. Também para entender exatamente como tudo transcorreu naquele momento difícil para todos — completa o delegado.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Boate Kiss poderia comportar menos de 750 pessoas, diz perícia do Departamento de Criminalística

A perícia do Departamento de Criminalística (DC) aponta que a capacidade da boate Kiss é um número entre 700 e 750 pessoas.
Esta é uma das conclusões do laudo que ficou pronto na noite de quinta-feira e que está a caminho de Santa Maria. Delegados que atuam no caso já conhecem o teor do documento que tem mais de 100 páginas.
Com a conclusão da perícia, está confirmada a suspeita de superlotação na casa onde um incêndio na noite de 27 de janeiro resultou na morte de 241 pessoas. A investigação policial já apontava que havia na casa noturna naquela noite mais de mil pessoas. Quanto ao funcionamento dos cinco extintores de incêndio que existiam na boate, há um laudo específico, em separado, com análises. A perícia do DC comprovou que um extintor acionado no começo do fogo falhou. Está confirmado que ele estava sem a carga completa e, por isso, não tinha pressão para funcionar.
Um vídeo feito por celular por uma vítima que morreu ajudou o trabalho dos peritos. A imagem mostra o começo do fogo e o vocalista da banda Gurizada Fandangueira tentando usar o extintor. Quando percebe que ele não funciona, o músico o entrega a um segurança da casa e diz: "Vamos embora".
Os peritos não fazem avaliações subjetivas no documento, mas a conclusão técnica pode permitir que o delegado conclua que se o extintor tivesse funcionado, o fogo teria sido contido imediatamente. A perícia deve mostrar que dos cinco extintores, o único que foi acionado não funcionou, três estariam em plenas condições de serem usados e um quinto estaria com problemas de vencimento. A perícia do DC também responde questões sobre onde o fogo começou e por que começou, ou seja, sua causa. Trata de quantas pessoas poderiam estar lá dentro e da capacidade de evacuação. Está comprovado que as aberturas existentes não eram suficientes. O documento também analisa o sistema de ar-condicionado e de exaustão, que tinha deficiências.
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