“É a polícia. É a polícia”, anunciaram os assassinos dos quatro jovens em Cachoeirinha, na região Metropolitana, no final da noite de sábado. Os vizinhos ouviram os gritos e, em seguida, os tiros na casa de madeira da rua Cristóvão Colombo, Vila Anair, onde ocorreu a chacina. “Eles estavam vestidos como policiais, mas o carro não era comum”, disse a cozinheira Carla Beatriz Silveira dos Santos, 43, moradora do imóvel ao lado.
Segundo ela, duas vítimas tinham dificuldade de locomoção. Uma dependia de cadeiras de rodas e a outra de muletas. O grupo havia se mudado para a vila há cerca de quatro meses. “A casa era de uma senhora e acho que ela
alugou para os jovens. Eles chegaram aqui de uma hora para a outra”, relatou Carla. Todos ficavam desconfiados de que os meninos, com idades entre 14 e 20 anos, estavam envolvidos com drogas.
Do outro lado da residência das vítimas, mora o aposentado Isidro Pedro da Silva, 60 anos. Ele acompanhou a chegada dos matadores por um fresta. “Eu me escondi. Eles disseram que eram da polícia e atiraram umas 50 vezes. Na saída, ainda dispararam para cima”, contou. “Espero que peguem eles.”
Segundo a Brigada Militar, o crime pode ter ocorrido por causa de uma disputa pelo tráfico de drogas na região. O responsável pelo Comando de Policiamento Metropolitano, tenente-coronel Florivaldo Pereira Damasceno, suspeita que os criminosos podem ter sido contratados para matar.
Os assassinos também são suspeitos de crimes na vila das Laranjeiras, no bairro Morro Santana, zona Leste de Porto Alegre. Na quinta-feira, um brigadiano foi baleado em uma das coxas durante tiroteio quando policiais faziam buscas a suspeitos de homicídios e foram surpreendidos com um embate entre traficantes.
Fonte: Correio do Povo
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