Uma nova metodologia está sendo aplicada pela Polícia Civil para sistematizar os mais de 300 depoimentos já tomados de testemunhas da tragédia na boate Kiss. Considerada fundamental para a conclusão do inquérito, a estratégia é resultado da iniciativa de uma delegada que assumiu a missão de ouvir vítimas e suspeitos e garantir que nenhuma informação importante se perca em meio a pilhas e pilhas de papéis timbrados.
_ Decidi que tinha de ajudar de alguma maneira, então liguei para o delegado regional (Marcelo Arigony, que comanda as investigações) e disse: "Chefe, para onde eu vou?"_ relata Luiza Sousa, especializada em Ciências Criminais.
Enquanto os colegas se desdobravam para agilizar a identificação dos mortos, a delegada foi até a 1ª DP e começou a atuar nos bastidores, tomando os primeiros depoimentos. O principal desafio foi definir a técnica adequada para sistematizar as falas e domar o inquérito, que deve atingir a marca das 5 mil páginas. Para garantir que nada se perca, Luiza criou um método próprio.
A técnica inclui a divisão das testemunhas em quatro grupos, de acordo com o seu envolvimento na tragédia _ sobreviventes, bombeiros, fiscais da prefeitura e personagens-chave, que incluem os donos da boate e os músicos da banda. Para cada categoria de depoente, uma lista fixa de perguntas. O material está sendo tabulado, permitindo aos policiais saberem exatamente quantas pessoas viram o início do fogo, onde estavam e como foi a saída. A estratégia permite a criação de um banco de dados que servirá de base para a redação do relatório final do inquérito, onde serão apontadas as responsabilidades.
Mas qual a relevância de ouvir tantas pessoas que falam sobre o mesmo fato? Para a polícia, a repetição de relatos ajuda na reconstituição detalhada. O rol de testemunhos tem ainda uma outra função: dar respaldo às conclusões dos delegados.
_ Esse organograma é imprescindível _ avalia o delegado Sandro Meinerz.
_ Decidi que tinha de ajudar de alguma maneira, então liguei para o delegado regional (Marcelo Arigony, que comanda as investigações) e disse: "Chefe, para onde eu vou?"_ relata Luiza Sousa, especializada em Ciências Criminais.
Enquanto os colegas se desdobravam para agilizar a identificação dos mortos, a delegada foi até a 1ª DP e começou a atuar nos bastidores, tomando os primeiros depoimentos. O principal desafio foi definir a técnica adequada para sistematizar as falas e domar o inquérito, que deve atingir a marca das 5 mil páginas. Para garantir que nada se perca, Luiza criou um método próprio.
A técnica inclui a divisão das testemunhas em quatro grupos, de acordo com o seu envolvimento na tragédia _ sobreviventes, bombeiros, fiscais da prefeitura e personagens-chave, que incluem os donos da boate e os músicos da banda. Para cada categoria de depoente, uma lista fixa de perguntas. O material está sendo tabulado, permitindo aos policiais saberem exatamente quantas pessoas viram o início do fogo, onde estavam e como foi a saída. A estratégia permite a criação de um banco de dados que servirá de base para a redação do relatório final do inquérito, onde serão apontadas as responsabilidades.
Mas qual a relevância de ouvir tantas pessoas que falam sobre o mesmo fato? Para a polícia, a repetição de relatos ajuda na reconstituição detalhada. O rol de testemunhos tem ainda uma outra função: dar respaldo às conclusões dos delegados.
_ Esse organograma é imprescindível _ avalia o delegado Sandro Meinerz.
Fiscal irmão de sócio da Hidramix será ouvido nesta segunda
Entre as cerca de 200 pessoas que ainda devem ser ouvidas pela polícia nesta semana, antes que o inquérito, ou parte dele, seja remetido ao Ministério Público (MP), estão a secretária de Finanças, Ana Beatriz Barros, o fiscal Silvio Silveira Souza e o prefeito Cezar Schirmer.
As datas dos depoimentos de Ana e Schirmer não foram confirmadas, mas Souza deve ser ouvido nesta segunda-feira, às 14h. Ele deve falar sobre fiscalizações feitas na boate, além de sua relação com a Hidramix, empresa do ramo de prevenção de incêndio contratada pela Kiss em 2012, da qual seu irmão, o sargento do Corpo de Bombeiros Roberto Flavio da Silveira e Souza, é sócio. A Hidramix é investigada pelo MP desde 2011 e agora pela Polícia Civil, que quer saber se pode ter havido algum tipo de facilitação ou tráfico de influência já que a empresa de um bombeiro fez obras na boate, que deveria ser fiscalizada pelos próprios bombeiros.
Fonte: Diário de Santa Maria