Um depósito de alimentos da rede municipal de educação foi interditado nesta quinta-feira (17) pela Vigilância Sanitária em Rio Pardo, na Região Central do Rio Grande do Sul. Toneladas de alimentos perderam a validade no local enquanto faltava merenda em colégios do município. A reportagem é do RBS Notícias.
O depósito fica atrás de uma escola e guarda toneladas de alimentos em um ambiente úmido e sujo. Os fiscais encontraram caixas de margarina sem refrigeração e fora do prazo de validade. Uma lata de óleo, por exemplo, deveria ter sido consumida até maio de 2007. Cerca de duas toneladas de leite em pó vão para o lixo.
“O principal problema é umidade. Deve ter telha quebrada, chove aqui dentro. A gente vê sacos de leite em pó que chegam a ter água correndo dentro dos sacos”, constatou o fiscal sanitário Élgio Lopes.
A Vigilância Sanitária estima um prejuízo de R$ 30 mil reais no desperdício dos alimentos, que poderiam ter reforçado a refeição de estudantes. No ano passado, pelo menos 12 escolas ficaram sem merenda no município, segundo a prefeitura.
“A gente presenciou só arroz e feijão nas escolas de educação infantil. Nas de ensino fundamental, não tinha nada”, relata a secretária de Educação, Maria Rosane Raabe.
No mesmo prédio, mas em um banheiro abandonado, outro flagrante de desperdício, mas de material escolar: cadernos novos estão se deteriorando por causa da umidade. Os que resistiram aos efeitos do tempo não podem ser doados aos alunos, pois foram estocados junto com veneno de rato
O ex-secretário de Educação e atual presidente da Câmara de Vereadores, Telmo Berger, disse que faltou merenda no ano passado porque 600 novos alunos foram integrados à rede municipal. Ele admite que sabia da situação do depósito.
“Nós tínhamos conhecimento que o prédio estava em precárias condições e precisava ser restaurado, mas para nós não deu tempo. É uma surpresa essa merenda que eventualmente está vencida. Lamentamos”, afirmou.
O ex-prefeito Joní da Rocha informou que vai responsabilizar uma nutricionista, servidora do município, pelo desperdício dos alimentos encontrados com validade vencida no depósito.