A Polícia Civil notificou oficialmente a prefeitura de Santa Maria, na manhã de ontem, a entregar a relação de todos os fiscais e secretário municipais que, de alguma forma, tiveram relação com a concessão e a fiscalização de alvarás para a boate Kiss.
A lista deve conter os nomes dos servidores públicos e dos cargos políticos que passaram pelas pastas desde 2009 quando se iniciaram os trâmites para a abertura da casa noturna
O foco da Polícia Civil nos agentes públicos ligados à prefeitura, neste momento, faz parte da terceira fase de investigações da tragédia, ocorrida em 27 de janeiro, matando 239 pessoas (a maioria jovens) e deixando dezenas de feridos.
Conforme a polícia, fiscais e secretários serão ouvidos na semana que vem e deverão esclarecer alguns pontos referentes à fiscalização: como era feita e se houve negligência. Já os secretários deverão explicar o funcionamento da pasta desde a concessão de alvarás até a fiscalização.
De acordo com os delegados responsáveis pelo inquérito, a primeira fase da investigação consistia em ouvir quem estava na boate. Em um segundo momento, os bombeiros da equipe que socorreu as vítimas prestaram depoimento — seis na semana passada e outros seis ontem.
Mesmo que a Polícia Civil já tenha ouvido cerca de 160 pessoas e juntado provas e documentos suficientes para montar um inquérito que já conta com aproximadamente 1,6 mil páginas, dúvidas ainda precisam ser esclarecidas. Algumas delas poderão ser respondidas na reconstituição da tragédia, que deve ocorrer também na semana que vem. A intenção da polícia é recriar com detalhes a sequência de fatos que culminou no incêndio.
500 podem ter escapado da morte
Para isso, os sobreviventes devem ser posicionadas no ponto onde estavam no momento do incidente. Depois, as vítimas deverão mostrar aos peritos para onde correram quando o incêndio começou, como conseguiram sair e, principalmente, o que lembram da tragédia. Estima-se
que mais de 500 pessoas escaparam da morte e podem ajudar a Polícia Civil a esclarecer as causas do desastre. Os investigadores não descartam a participação de figurantes na reconstituição.
Major e capitão serão ouvidos
A Polícia Civil irá ouvir, na semana que vem, os dois responsáveis por liberar o funcionamento da boate Kiss. A casa noturna foi aberta em 2010 porque o então major Daniel da Silva Adriano considerou o local seguro para o público. Em 28 de agosto de 2009, o oficial, então chefe da Seção de Prevenção a Incêndio (SPI) do Corpo de Bombeiros, assinou o primeiro alvará de prevenção e proteção contra incêndio da boate, válido por um ano. O documento — onde consta que o estabelecimento "foi inspecionado e aprovado, de acordo com a legislação vigente" — foi determinante para que a casa noturna fosse autorizada a funcionar pela prefeitura. Mas, para que o alvará tivesse validade, seria necessário que a boate tivesse um Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI). O plano ainda não apareceu, mas Adriano, que hoje é coronel da reserva, garante que ele existe.
Em 11 de agosto de 2011, o alvará de prevenção e proteção contra incêndio da Kiss foi renovado por mais um ano. Quem assinou o documento na ocasião foi o capitão Alex da Rocha Camillo, então chefe da SPI. Mais uma vez, ficou registrado que o local "foi inspecionado e aprovado, de acordo com a legislação vigente". Em janeiro deste ano, Camillo trabalhou na Operação Golfinho, em Xangri-lá.
A lista deve conter os nomes dos servidores públicos e dos cargos políticos que passaram pelas pastas desde 2009 quando se iniciaram os trâmites para a abertura da casa noturna
O foco da Polícia Civil nos agentes públicos ligados à prefeitura, neste momento, faz parte da terceira fase de investigações da tragédia, ocorrida em 27 de janeiro, matando 239 pessoas (a maioria jovens) e deixando dezenas de feridos.
Conforme a polícia, fiscais e secretários serão ouvidos na semana que vem e deverão esclarecer alguns pontos referentes à fiscalização: como era feita e se houve negligência. Já os secretários deverão explicar o funcionamento da pasta desde a concessão de alvarás até a fiscalização.
De acordo com os delegados responsáveis pelo inquérito, a primeira fase da investigação consistia em ouvir quem estava na boate. Em um segundo momento, os bombeiros da equipe que socorreu as vítimas prestaram depoimento — seis na semana passada e outros seis ontem.
Mesmo que a Polícia Civil já tenha ouvido cerca de 160 pessoas e juntado provas e documentos suficientes para montar um inquérito que já conta com aproximadamente 1,6 mil páginas, dúvidas ainda precisam ser esclarecidas. Algumas delas poderão ser respondidas na reconstituição da tragédia, que deve ocorrer também na semana que vem. A intenção da polícia é recriar com detalhes a sequência de fatos que culminou no incêndio.
500 podem ter escapado da morte
Para isso, os sobreviventes devem ser posicionadas no ponto onde estavam no momento do incidente. Depois, as vítimas deverão mostrar aos peritos para onde correram quando o incêndio começou, como conseguiram sair e, principalmente, o que lembram da tragédia. Estima-se
que mais de 500 pessoas escaparam da morte e podem ajudar a Polícia Civil a esclarecer as causas do desastre. Os investigadores não descartam a participação de figurantes na reconstituição.
Major e capitão serão ouvidos
A Polícia Civil irá ouvir, na semana que vem, os dois responsáveis por liberar o funcionamento da boate Kiss. A casa noturna foi aberta em 2010 porque o então major Daniel da Silva Adriano considerou o local seguro para o público. Em 28 de agosto de 2009, o oficial, então chefe da Seção de Prevenção a Incêndio (SPI) do Corpo de Bombeiros, assinou o primeiro alvará de prevenção e proteção contra incêndio da boate, válido por um ano. O documento — onde consta que o estabelecimento "foi inspecionado e aprovado, de acordo com a legislação vigente" — foi determinante para que a casa noturna fosse autorizada a funcionar pela prefeitura. Mas, para que o alvará tivesse validade, seria necessário que a boate tivesse um Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI). O plano ainda não apareceu, mas Adriano, que hoje é coronel da reserva, garante que ele existe.
Em 11 de agosto de 2011, o alvará de prevenção e proteção contra incêndio da Kiss foi renovado por mais um ano. Quem assinou o documento na ocasião foi o capitão Alex da Rocha Camillo, então chefe da SPI. Mais uma vez, ficou registrado que o local "foi inspecionado e aprovado, de acordo com a legislação vigente". Em janeiro deste ano, Camillo trabalhou na Operação Golfinho, em Xangri-lá.
Fonte: Diário de Santa Maria