Alguém que estava geralmente sozinho, inclusive para beber, que era simpático com quem o atendia, dava autógrafos e gorjetas generosas. É assim que funcionários de estabelecimentos comerciais frequentados por Chorão em São Paulo descrevem o vocalista do Charlie Brown Jr, encontrado morto na madrugada desta quarta-feira (6).
Nos dias 23 e 25 de fevereiro, na semana anterior à de sua morte, Chorão foi ao restaurante Sujinho, na Região Central de São Paulo. Sem companhia, deu gorjeta “acima de R$ 100”, segundo o maître Cícero Alves de Sousa, 50. Há um mês, ao lado de seu apartamento em Pinheiros, Zona Oeste da cidade, deixou R$ 72 com funcionária do supermercado Mambo, onde costumava comprar salgadinhos, cerveja e bolachas. A postura era parecida nos locais frequentados por Chorão e visitados pelo G1 (veja mapa ao lado).
Na primeira das duas visitas recentes ao Sujinho, quem o atendeu foi Marcelo Reis, 30. “Ele chegou a conversar com o rapaz que trabalha na copa. Falou sobre um novo projeto de disco ou coisa assim”, lembra o garçom. Ele diz ter servido os pratos que o cliente assíduo – sobretudo nas madrugadas - costumava pedir: “Costela de carneiro mal passada e meio frango na brasa”. Dois dias adiante, por volta das 4h da manhã, o músico teria feito exatamente o mesmo pedido.
O cantor também frequentava o bar acompanhado de outras pessoas, principalmente após gravações e shows. Mas nas duas últimas noites, em fevereiro, ficou o tempo todo sem companhia, contam os funcionários.
“Eu me dava bem com ele”, conta o maître do Sujinho. Ele afirma que começou a trabalhar ali 12 anos atrás e que Chorão já era frequentador. Cícero afirma que, enquanto aguardava seus habituais pedidos no restaurante, Chorão pedia caipirinha de vodca. “Depois, era cerveja.”
Ainda lamenta ter estado ausente justo naquelas que seriam as últimas visitas do músico ao restaurante. “Na época, ao saber que ele tinha vindo, até falei: ‘Poxa, perdi a caixinha do Chorão!’.”
Em 26 de fevereiro, um dia após jantar pela última vez no restaurante Sujinho, Chorão esteve na marquise do Ibirapuera para andar de skate. O skatista profissional e designer Humberto “Beto” Oliveira de Souza conta que estava no local com alguns amigos gravando um vídeo quando Chorão se aproximou. “Ele estava com o skate, conversou com a gente por uns 50 minutos”. Desta vez, segundo Humberto, ele não foi sozinho. “Estava com uma mina”, diz.
Vizinho simpático
Nos dias 23 e 25 de fevereiro, na semana anterior à de sua morte, Chorão foi ao restaurante Sujinho, na Região Central de São Paulo. Sem companhia, deu gorjeta “acima de R$ 100”, segundo o maître Cícero Alves de Sousa, 50. Há um mês, ao lado de seu apartamento em Pinheiros, Zona Oeste da cidade, deixou R$ 72 com funcionária do supermercado Mambo, onde costumava comprar salgadinhos, cerveja e bolachas. A postura era parecida nos locais frequentados por Chorão e visitados pelo G1 (veja mapa ao lado).
Na primeira das duas visitas recentes ao Sujinho, quem o atendeu foi Marcelo Reis, 30. “Ele chegou a conversar com o rapaz que trabalha na copa. Falou sobre um novo projeto de disco ou coisa assim”, lembra o garçom. Ele diz ter servido os pratos que o cliente assíduo – sobretudo nas madrugadas - costumava pedir: “Costela de carneiro mal passada e meio frango na brasa”. Dois dias adiante, por volta das 4h da manhã, o músico teria feito exatamente o mesmo pedido.
O cantor também frequentava o bar acompanhado de outras pessoas, principalmente após gravações e shows. Mas nas duas últimas noites, em fevereiro, ficou o tempo todo sem companhia, contam os funcionários.
“Eu me dava bem com ele”, conta o maître do Sujinho. Ele afirma que começou a trabalhar ali 12 anos atrás e que Chorão já era frequentador. Cícero afirma que, enquanto aguardava seus habituais pedidos no restaurante, Chorão pedia caipirinha de vodca. “Depois, era cerveja.”
Ainda lamenta ter estado ausente justo naquelas que seriam as últimas visitas do músico ao restaurante. “Na época, ao saber que ele tinha vindo, até falei: ‘Poxa, perdi a caixinha do Chorão!’.”
Em 26 de fevereiro, um dia após jantar pela última vez no restaurante Sujinho, Chorão esteve na marquise do Ibirapuera para andar de skate. O skatista profissional e designer Humberto “Beto” Oliveira de Souza conta que estava no local com alguns amigos gravando um vídeo quando Chorão se aproximou. “Ele estava com o skate, conversou com a gente por uns 50 minutos”. Desta vez, segundo Humberto, ele não foi sozinho. “Estava com uma mina”, diz.
Vizinho simpático
“Eu o via sempre sozinho”, afirmou ao G1 Francisco Guimarães, 36, subgerente do Bar do Juarez, ao lado do prédio onde o cantor tinha apartamento em Pinheiros. Em duas das paredes do local, há autógrafos e dedicatórias do cantor. “Ele era simples, humilde e falava com todo mundo”, completa Francisco Guimarães, o subgerente do Juarez.
Outro funcionário do bar, que não quis se identificar, conta que o cantor também escreveu outras dedicatórias que não ficaram expostas no bar. “Era muito palavrão escrito”, justifica. O funcionário diz que músico bebia bastante, consumindo até dez chopes quando ia ao Juarez.
Roberto Sousa Pinheiro, 24, diz trabalhar há um mês como recepcionista do Bar Juarez, quase vizinho do prédio onde Chorão foi encontrado morto. Nesse período, o funcionário afirma ter recebido o cantor ao menos em duas ocasiões. “Veio aqui numa sexta e num domingo”, observa Pinheiro. “Estava com uma moça, uma loira.”
O restaurante de comida oriental Kioku, na mesma quadra do apartamento de Pinheiros, era outro lugar frequentado por Chorão, diz o atendente Antônio Silva, 42. “Nunca cheguei a vê-lo acompanhado de amigos”, relata ele, que diz trabalhar há sete anos no local. “Quando estava com alguém, sempre era o motorista”, prossegue, referindo-se a uma das duas pessoas que encontraram o corpo do músico. Ele diz que as gorjetas do cantor chegavam a R$ 100.
De acordo com Silva, o fundador do Charlie Brown Jr se dava bem com os funcionários e tinha um pedido preparado especialmente para ele, que não estava no cardápio, um “hot roll especial enrolado com salmão”. A última vez em que Chorão foi ao restaurante teria sido em novembro do ano passado.
No supermercado Mambo, um entregador afirma ter visto Chorão há pouco mais de um mês e diz que ele costumava comprar salgadinho, bolacha e cerveja. Os funcionários dizem que sua última gorjeta foi de R$ 72. De acordo com o entregador, o cantor chegou a fazer uma compra no valor total de R$ 400 – a maior parte em cerveja.
‘Reservado’
Outro funcionário do bar, que não quis se identificar, conta que o cantor também escreveu outras dedicatórias que não ficaram expostas no bar. “Era muito palavrão escrito”, justifica. O funcionário diz que músico bebia bastante, consumindo até dez chopes quando ia ao Juarez.
Roberto Sousa Pinheiro, 24, diz trabalhar há um mês como recepcionista do Bar Juarez, quase vizinho do prédio onde Chorão foi encontrado morto. Nesse período, o funcionário afirma ter recebido o cantor ao menos em duas ocasiões. “Veio aqui numa sexta e num domingo”, observa Pinheiro. “Estava com uma moça, uma loira.”
O restaurante de comida oriental Kioku, na mesma quadra do apartamento de Pinheiros, era outro lugar frequentado por Chorão, diz o atendente Antônio Silva, 42. “Nunca cheguei a vê-lo acompanhado de amigos”, relata ele, que diz trabalhar há sete anos no local. “Quando estava com alguém, sempre era o motorista”, prossegue, referindo-se a uma das duas pessoas que encontraram o corpo do músico. Ele diz que as gorjetas do cantor chegavam a R$ 100.
De acordo com Silva, o fundador do Charlie Brown Jr se dava bem com os funcionários e tinha um pedido preparado especialmente para ele, que não estava no cardápio, um “hot roll especial enrolado com salmão”. A última vez em que Chorão foi ao restaurante teria sido em novembro do ano passado.
No supermercado Mambo, um entregador afirma ter visto Chorão há pouco mais de um mês e diz que ele costumava comprar salgadinho, bolacha e cerveja. Os funcionários dizem que sua última gorjeta foi de R$ 72. De acordo com o entregador, o cantor chegou a fazer uma compra no valor total de R$ 400 – a maior parte em cerveja.
‘Reservado’
Gerente do bar Quitandinha, Alex Oliveira, 31, afirma que Chorão esteve por lá faz cerca de 20 dias. Estava desacompanhado, informa: “Era muito reservado”. O Quitandinha fica a cinco quarteirões do prédio onde Chorão tinha apartamento. “Ele vinha mais na madrugada. Se alguém que não conhecia chegasse [para conversar], ele dava a atenção, mas falava só o necessário.” O gerente conta também que, durante aquela última visita, Chorão comentou que tinha se mudado em definitivo para o apartamento de Pinheiros: “Ele falou que estava morando aqui”.
O dono do Bar do Biu, na Vila Madalena, próxima ao apartamento do cantor, Rogério Gomes, 29, conta que Chorão visitava bastante o bar no início da carreira, “quando ele estava começando a ficar famoso”. Gomes lembra encontro em que Chorão lhe contou sobre uma então recente gravação. “Ele me comentou ‘escuta essa aqui, vai bombar!’. E cantou um pedaço. A música fez sucesso mesmo”. Era “Rubão – O dono do mundo”, de 2000.
O dono do Bar do Biu, na Vila Madalena, próxima ao apartamento do cantor, Rogério Gomes, 29, conta que Chorão visitava bastante o bar no início da carreira, “quando ele estava começando a ficar famoso”. Gomes lembra encontro em que Chorão lhe contou sobre uma então recente gravação. “Ele me comentou ‘escuta essa aqui, vai bombar!’. E cantou um pedaço. A música fez sucesso mesmo”. Era “Rubão – O dono do mundo”, de 2000.
Cantor reclamava de solidão
A falta de companhia citada pelos funcionários ouvidos pelo G1 condiz com relatos de pessoas próximas a Chorão. A apresentadora Sônia Abrão, prima do cantor, disse na quarta que o vocalista do Charlie Brown Jr reclamava da solidão.
“Na última conversa que tivemos ele disse: ‘O que me derruba é que a gente nasceu sozinho e morre sozinho’. E ele morreu sozinho”, afirmou Sônia mais cedo. “Faz um tempo que ele estava num processo de depressão muito profunda mesmo. Com o fim do casamento, as coisas pioraram muito para ele.” Chorão se divorciou em novembro. O casamento durou 15 anos.
O delegado Luiz Romani, do 14º Distrito Policial, afirma que a investigação apurou que Chorão estava fazendo uso de drogas recentemente. Antes, o G1 havia apurado que testemunhas relataram aos investigadores da Polícia Civil que Chorão estava passando por uma crise de depressão e fazendo uso de drogas após a separação.
Em entrevista ao site do programa Caldeirão do Huck, em dezembro de 2012, Chorão comentou sobre a separação. "Foram muitos anos de relacionamento. Eu gosto muito dela, mas não tem jeito, chegou ao fim", confessou na época.
A assessoria de imprensa da banda informou ao G1 que Chorão estava de férias e embarcaria para os Estados Unidos nos próximos dias. O último show do Charlie Brown Jr aconteceu em 26 de janeiro, em Balneário Camboriú (SC). O próximo estava agendado para 22 de março, no bairro Campo Grande, no Rio.
“Na última conversa que tivemos ele disse: ‘O que me derruba é que a gente nasceu sozinho e morre sozinho’. E ele morreu sozinho”, afirmou Sônia mais cedo. “Faz um tempo que ele estava num processo de depressão muito profunda mesmo. Com o fim do casamento, as coisas pioraram muito para ele.” Chorão se divorciou em novembro. O casamento durou 15 anos.
O delegado Luiz Romani, do 14º Distrito Policial, afirma que a investigação apurou que Chorão estava fazendo uso de drogas recentemente. Antes, o G1 havia apurado que testemunhas relataram aos investigadores da Polícia Civil que Chorão estava passando por uma crise de depressão e fazendo uso de drogas após a separação.
Em entrevista ao site do programa Caldeirão do Huck, em dezembro de 2012, Chorão comentou sobre a separação. "Foram muitos anos de relacionamento. Eu gosto muito dela, mas não tem jeito, chegou ao fim", confessou na época.
A assessoria de imprensa da banda informou ao G1 que Chorão estava de férias e embarcaria para os Estados Unidos nos próximos dias. O último show do Charlie Brown Jr aconteceu em 26 de janeiro, em Balneário Camboriú (SC). O próximo estava agendado para 22 de março, no bairro Campo Grande, no Rio.
Fonte: G1 - Música