Santa Cruz do Sul/RS: a Polícia Federal deflagrou, no início desta manhã (17/9), a Operação Ceifa, com objetivo de desarticular rede de contrabando de agrotóxicos oriundos do Uruguai.
Policiais federais cumprem mandados de prisão preventiva, cinco mandados de condução coercitiva e seis mandados de busca e apreensão, nos municípios de Guaíba, Santa Cruz do Sul, Morrinhos do Sul, Bagé e Jaguarão. Entre os investigados, há grandes produtores rurais e pessoas ligadas à rede de distribuição.
A Operação Ceifa iniciou em fevereiro de 2013 e identificou que os produtos trazidos do Uruguai eram armazenados inicialmente em Jaguarão e, posteriormente, distribuídos a agricultores de diversas regiões do estado. Havia também um centro de distribuição localizado em Guaíba, em uma propriedade rural voltada à produção de arroz.
Desde o início da investigação até a última sexta-feira (13/9), seis pessoas foram presas em flagrante e mais de 1,5 tonelada de defensivos agrícolas apreendida. Algumas abordagens contaram com o apoio da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal e serviram para confirmar a atuação do grupo. A quadrilha transportava os agrotóxicos em veículos de passeio, muitas vezes por vias secundárias, para evitar a fiscalização das autoridades.
A Polícia Federal já apreendeu em 2013 cerca de 6,6 toneladas de defensivos agrícolas no Rio Grande do Sul, número que supera as apreensões de 2012, que totalizaram 4.200 quilos. Para se ter uma ideia da concentração desses produtos, 10 quilos do agrotóxico ilegal Herbex, frequentemente apreendido no estado, pode ser utilizado, dependendo da lavoura e da forma de aplicação, em uma área correspondente a 3 mil campos de futebol.
Os produtos agrotóxicos irregularmente importados não são submetidos aos critérios de avaliação dos órgãos federais brasileiros, quanto a seu grau de toxicidade e controle de qualidade sobre as embalagens. A falta desse controle os torna potencialmente mais perigosos do que os similares comercializados no país, podendo causar sérios danos à saúde dos consumidores. Ressalte-se também o impacto provocado ao meio ambiente, pela aplicação equivocada na lavoura, motivada pela indicação errada do princípio ativo e da concentração do produto expressa no rótulo, além do descarte inapropriado das embalagens e resíduos. A utilização do defensivo agrícola contrabandeado representa ainda concorrência desleal entre os agricultores, prejudicando aqueles que utilizam o produto comercializado legalmente.
As investigações da Operação Ceifa ocorreram integradas à Operação Sentinela, a partir de uma base de inteligência policial instalada na Delegacia da Polícia Federal em Santa Cruz do Sul, apoiada pelas delegacias de Jaguarão e Bagé.
Fonte: Dpf.gov.br/