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terça-feira, 24 de setembro de 2013

SP: filho de diretor da Friboi morto em 2008 diz que mãe é a culpada

Na entrada do Fórum da Barra Funda, em São Paulo, onde chegou para acompanhar o julgamento de Giselma Carmem Campos Carneiro Magalhães, o filho dela, Carlos Eduardo, disse ter "certeza absoluta" que a mãe é a culpada pela morte de Humberto de Campos Magalhães, ex-executivo do frigorífico Friboi, em 2008. Na época do homicídio, ela era mulher da vítima. Giselma foi acusada de ter contratado pistoleiros para executá-lo, mas alegou inocência e responde ao processo em liberdade após ser beneficiada por um habeas-corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) .

"Eu não acuso ela de nada. O Departamento de Homicídios fez a investigação e há provas suficientes de que ela tenha participado da morte do meu pai. Eu venho aqui defender a memória dele, dizer o que aconteceu em 4 de dezembro (de 2008), contar como era a nossa vida antes de acontecer o crime. É um dia que eu espero há muito tempo, tenho certeza absoluta que foi ela", afirmou Carlos Eduardo, que vai depor no Fórum.

O advogado Ademar Gomes, que defende Giselma, rebateu a fala do filho dela, dizendo que a acusação "não tem fundamento". "O crime foi praticado pelo seu irmão, Kairon Vaufer Alves. Ele afirma que a vítima tinha uma dívida com ele e que estava se recursando a pagar. Existe uma herança em jogo e fica claro que há um interesse com relação a isso", disse Gomes.

Porém, para o promotor José Carlos Cosenzo, Giselma e o irmão estão diretamente envolvidos na morte do executivo. Ele defende a tese de que ela contratou Kairon para que ele encomendasse a morte da vítima. "Todas as provas levantadas contra ela são corroboradas pelas testemunhas. Foi ela quem organizou o crime e, para isso, pediu a ajuda do seu irmão, que já tinha sido preso anteriormente no Maranhão", argumentou Cosenzo. Segundo ele, a ré será acusada por homicídio duplamente qualificado - por motivo torpe e sem possibilitar defesa.

Como foi o assassinato

Na noite do crime, Magalhães havia saído com seu Mercedes-Benz até a rua Alfenas, próximo à sua casa. Um homem de 50 anos que morava no local disse, em depoimento à polícia, que o executivo tocou a campainha de sua casa várias vezes. Quando atendeu, Magalhães contou a ele que tinha recebido uma ligação dizendo que havia uma criança chorando naquela casa - o que, segundo a polícia, seria uma espécie de senha combinada previamente com alguém.

O morador, que nada tinha a ver com o combinado, disse que não havia nenhuma criança chorando no local. Depois, observou o executivo caminhar até o carro, onde um motoqueiro o esperava. Após uma breve conversa com Magalhães, o motoqueiro atirou nele e fugiu. Na época, a polícia disse que a senha poderia ter sido uma armadilha dos bandidos para checar se a vítima estava com proteção policial.

O 5º Tribunal do Júri de São Paulo condenou Paulo dos Santos e Osmar Gonzaga Lima à pena de 20 anos de prisão em regime fechado.
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