A engenheira mecânica Jozy Maria Gaspar Enderle, proprietária da empresa Marca Engenharia, afirmou, em depoimento à Polícia Civil, ter elaborado um Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) para a boate Kiss. Jozy revelou ter confeccionado o projeto com base em uma planta baixa e disse jamais ter acompanhado a execução das obras indicadas no plano.
A engenheira também explicou que, após o incêndio, constatou que o prédio não correspondia à planta que recebeu quase quatro anos antes. Procurada por Zero Hora na semana passada, ela disse que tudo o que tinha de dizer estava em seu depoimento. Recusou-se a entrar em detalhes sobre a sua participação no PPCI.
Segundo o depoimento da engenheira, prestado no final do mês passado, em 2009 ela foi procurada pelo engenheiro Tiago Mutti, na época um dos proprietários da Kiss. O colega de profissão disse acompanhar uma obra na danceteria e pediu ajuda para a elaboração do PPCI. Jozy recebeu uma planta baixa da boate, com a data de 20 de abril de 2009, assinada por duas arquitetas.
A dona da Marca Engenharia então analisou a planta e chegou à conclusão de que a ocupação máxima do prédio era de 691 pessoas. Para contemplar todas as exigências legais, havia a necessidade de sete unidades de passagens - cada unidade corresponde ao espaço de 55 cm, que permite a passagem de 100 pessoas por minuto.
Jozy encontrou várias irregularidades na planta. Havia duas portas que levavam à rua e que juntas mediam 2 metros. Ela indicou quais seriam as mudanças necessárias. Dias depois, a engenheira recebeu uma nova planta, assinada pelas mesmas arquitetas, com novas aberturas, mas que ainda não formavam o total de unidades de passagens previstas na legislação. E ainda havia um estreitamento de ambiente. Essa planta tinha data de 12 de maio de 2009.
Passados mais alguns dias, Jozy recebeu uma terceira planta baixa, mais uma vez assinada pelas mesmas arquitetas, e novamente com a data de 20 de abril de 2009. Nesta terceira planta, o número e o tamanho das saídas foi ampliado. Foram criadas três saídas: duas de 1,10 metro e outra 1,65 metro. Com essas adequações, o projeto ficou em conformidade com a lei.
Com base neste projeto, Jozy encaminhou o cadastramento da Kiss no Sistema Integrado de Gerenciamento de Prevenção Contra Incêndio (SIG-PI) do Corpo de Bombeiros. De acordo com Jozy, apenas os dados foram inseridos no sistema e o projeto físico não ficou armazenado. Foi a própria engenheira quem fez a retirada do Certificado de Conformidade.
De acordo com o depoimento dela à polícia, ela não sabe como aconteceu a vistoria pelos Bombeiros na boate, mas afirmou não ter acontecido qualquer alteração no projeto, já quem foi ela quem, em um curto espaço de tempo, retirou o alvará de funcionamento da Kiss. No depoimento, Jozy admitiu que não se ofereceu para fazer a execução do projeto. Ela também garantiu nunca ter acompanhado fisicamente a obra. Depois que a boate incendiou, Jozy disse ter buscado mais informações sobre o prédio e constatou que ele estava diferente daquela planta analisada por ela. Jozy entregou à polícia cópias dos documentos que mantinha armazenada. Ela não mencionou se o projeto foi registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-RS).
A engenheira também explicou que, após o incêndio, constatou que o prédio não correspondia à planta que recebeu quase quatro anos antes. Procurada por Zero Hora na semana passada, ela disse que tudo o que tinha de dizer estava em seu depoimento. Recusou-se a entrar em detalhes sobre a sua participação no PPCI.
Segundo o depoimento da engenheira, prestado no final do mês passado, em 2009 ela foi procurada pelo engenheiro Tiago Mutti, na época um dos proprietários da Kiss. O colega de profissão disse acompanhar uma obra na danceteria e pediu ajuda para a elaboração do PPCI. Jozy recebeu uma planta baixa da boate, com a data de 20 de abril de 2009, assinada por duas arquitetas.
A dona da Marca Engenharia então analisou a planta e chegou à conclusão de que a ocupação máxima do prédio era de 691 pessoas. Para contemplar todas as exigências legais, havia a necessidade de sete unidades de passagens - cada unidade corresponde ao espaço de 55 cm, que permite a passagem de 100 pessoas por minuto.
Jozy encontrou várias irregularidades na planta. Havia duas portas que levavam à rua e que juntas mediam 2 metros. Ela indicou quais seriam as mudanças necessárias. Dias depois, a engenheira recebeu uma nova planta, assinada pelas mesmas arquitetas, com novas aberturas, mas que ainda não formavam o total de unidades de passagens previstas na legislação. E ainda havia um estreitamento de ambiente. Essa planta tinha data de 12 de maio de 2009.
Passados mais alguns dias, Jozy recebeu uma terceira planta baixa, mais uma vez assinada pelas mesmas arquitetas, e novamente com a data de 20 de abril de 2009. Nesta terceira planta, o número e o tamanho das saídas foi ampliado. Foram criadas três saídas: duas de 1,10 metro e outra 1,65 metro. Com essas adequações, o projeto ficou em conformidade com a lei.
Com base neste projeto, Jozy encaminhou o cadastramento da Kiss no Sistema Integrado de Gerenciamento de Prevenção Contra Incêndio (SIG-PI) do Corpo de Bombeiros. De acordo com Jozy, apenas os dados foram inseridos no sistema e o projeto físico não ficou armazenado. Foi a própria engenheira quem fez a retirada do Certificado de Conformidade.
De acordo com o depoimento dela à polícia, ela não sabe como aconteceu a vistoria pelos Bombeiros na boate, mas afirmou não ter acontecido qualquer alteração no projeto, já quem foi ela quem, em um curto espaço de tempo, retirou o alvará de funcionamento da Kiss. No depoimento, Jozy admitiu que não se ofereceu para fazer a execução do projeto. Ela também garantiu nunca ter acompanhado fisicamente a obra. Depois que a boate incendiou, Jozy disse ter buscado mais informações sobre o prédio e constatou que ele estava diferente daquela planta analisada por ela. Jozy entregou à polícia cópias dos documentos que mantinha armazenada. Ela não mencionou se o projeto foi registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-RS).
Fonte: Diário Gaúcho