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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Técnicos iniciam escaneamento da boate Kiss para produzir uma maquete virtual

Técnicos peritos da Polícia Civil do Distrito Federal já estão na boate Kiss, em Santa Maria, para escanear o interior do prédio da danceteria e fazer uma maquete virtual do local. A equipe do Distrito Federal chegou a Santa Maria nesta segunda-feira trazendo o equipamento.
Por volta das 8h desta terça-feira, os técnicos entraram na boate acompanhados de policiais civis de Santa Maria. O objetivo da equipe é fotografar a parte externa do prédio e escanear a estrutura interna da boate.
A partir das imagens captadas pelo scanner, será possível montar a maquete que manterá o cenário da boate como ele ficou após o incêndio. Uma equipe do Exército e outra da Brigada Militar prestam apoio para a operação. O trânsito na Rua dos Andradas está liberado.
Fonte: Zero Hora

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Cianeto pode não ter sido causa das mortes em boate

Testes realizados pelo Instituto-geral de Perícias (IGP) em parceria com o Laboratório Policial de Química Forense da Polícia da Província de Buenos Aires, em La Plata, a 50 quilômetros da capital argentina, não teriam identificado presença de cianeto em quantidade suficiente para matar as vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria. O componente químico havia sido apontado pela polícia, que acompanha o caso, como principal causa da morte das pessoas que estavam na casa noturna no dia 27 de janeiro.
Segundo informação apurada por Zero Hora, os exames realizados em 235 amostras analisadas não teriam apresentado quantidades significativas de cianeto. O fato teria sido determinante para o reagendamento da entrega à equipe de médicos legistas dos laudos finais da perícia — um documento relacionado a cada morte, previsto para ser enregue na sexta-feira passada, e a formalização de contraprovas, desta vez em solo gaúcho. Além dos exames para comprovar a presença de cianeto — gás tóxico existente na fumaça emitida pela queima da espuma que fazia o revestimento acústico da boate —, a perícia está testando também a existência de carboxihemoglobina para apurar a presença de monóxido de carbono no corpo das vítimas.
Consultado pela reportagem, o diretor-geral do IGP, José Cláudio Teixeira Garcia, não confirmou a informação e disse que o instituto não irá se manifestar a respeito do assunto até que a investigação seja concluída. Segundo ele, a perícia fala por meio de laudos técnicos, que serão entregues à Polícia Civil assim que a investigação terminar.
Caso a informação seja confirmada, a explicação para o motivo que levou às mortes na boate Kiss pode não mudar. É o que pondera o professor do Departamento de Química da Universidade de São Paulo (USP) Miguel Dabdoub. Conforme ele, o gás tóxico que teria sido inalado na casa noturna é o ácido cianídrico que, combinado com elementos químicos no interior do corpo, gera moléculas letais, mas pode não deixar vestígios. Ele explica que o cianeto é um sal formado pela decomposição do isocianato (presente na espuma de poliuretano), e não foi ingerido em sua forma sólida. Na interpretação de Dabdoub, o que teria ocorrido na tragédia de Santa Maria é que as pessoas respiraram o ácido cianídrico, que bloqueia a cadeia respiratória, levando à morte rapidamente:
— Quando são feitas as análises dos corpos, encontram-se substâncias que resultam da combinação do gás com outros elementos químicos. O ácido cianídrico, porém, não fica depositado no corpo em forma de cianeto.
O delegado Marcelo Arigony, que coordena a investigação, informou no domingo que a confirmação ou não do cianeto como causa da morte das vítimas não mudaria de forma drástica a conclusão do inquérito.
— Parece que, juridicamente, não muda muito para a conclusão do inquérito. Mas queremos esclarecer essa questão — afirmou.
Ele relatou ainda não ter sido informado sobre o resultado da perícia.
Diretora clínica do Hospital de Caridade de Santa Maria, Jane Costa salienta que, à medida que houve a suspeita da presença de cianeto no sangue das vítimas, os médicos trataram os pacientes para isso. Segundo ela, como o gás tóxico age rapidamente no organismo, os profissionais não poderiam esperar a confirmação de que a quantidade seria uma dose letal:
— Quando há a suspeita de intoxicação por cianeto, a gente não fica esperando a confirmação de determinada dosagem. As pessoas podem ter morrido por monóxido de carbono ou por cianeto, é o que acontece em situações como aquela.
Até domingo, 31 vítimas da tragédia continuavam internadas em hospitais do Estado.

O laboratório argentino
 
- Ligado ao Ministério de Segurança e Justiça do governo argentino, o Laboratório Policial de Química Forense da Polícia da Província de Buenos Aires foi escolhido porque tem uma metodologia que torna mais rápida a análise, já que o número de amostras no caso de Santa Maria é elevado — 234 de mortos no incêndio e outra de vítima que morreu em um hospital, totalizando 235 materiais para análise.
- Outra razão que confere autoridade ao laboratório é a experiência com a perícia no incêndio do presídio em Santiago del Estero, a 1.150 quilômetros de Buenos Aires, em 2007, quando ao menos 30 detentos morreram.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Empresário admite realização de festas com mil pessoas na boate Kiss

O empresário Mauro Londero Hoffmann, um dos proprietários da boate Kiss, admitiu que foram realizadas festas com cerca de mil pessoas na casa noturna palco de tragédia em Santa Maria. A declaração foi dada à Polícia Civil em depoimento após ser preso. Nesta quinta-feira, Zero Hora teve acesso aos primeiros depoimentos dados à Polícia Civil pelos quatro envolvidos na tragédia.
Presos desde a última semana de janeiro na Penitenciária Estadual de Santa Maria, os sócios-proprietários da boate Kiss, o vocalista e o produtor da banda Gurizada Fandangueira devem ser interrogados novamente na próxima semana. Os delegados querem confrontar as declarações dadas nos primeiros depoimentos com as novas evidências que surgiram ao longo de três semanas de investigações.
Em relação aos proprietários, Mauro Londero Hoffmann, o Maurinho, e Elissandro Callegaro Spohr, Kiko, a Polícia Civil quer cotejar a participação de cada um no funcionamento da casa noturna.
Confira trechos do que os quatro disseram à polícia:

Elissandro Callegaro Spohr, proprietário

A apresentação do grupo: "A Banda Gurizada Fandangueira toca na boate Kiss uma vez por mês, mas nunca havia feito esse show pirotécnico e nunca pediu consentimento para que fizesse esse tipo de apresentação".
Sobre a espuma no teto: "Que o teto da boate é de gesso e acima lã de vidro, sendo que no palco há uma primeira camada de uma esponja para isolamento acústico".

Mauro Londero Hoffmann, proprietário

Superlotação: "Afirma que já ingressaram, em determinadas ocasiões, próximo a mil pessoas. Esclarece que na data dos fatos havia cerca de 700 a 800 pessoas no local, conforme lhe informaram Elissandro...".
Grades colocadas na entrada da casa: "Na área externa havia uma grade fixa cuja finalidade era organizar a área de fumante; e na área interna existia outra grade fixa que tinha por objetivo organizar a fila de entrada e distribuição das comandas".

Luciano Augusto Bonilha Leão, promotor da banda

Autorização para uso do sinalizador: "Não tinham autorização para o uso dos fogos de artifício e nem tampouco sabe se isso seria necessário, até porque, sempre viam as garrafas de champanhe do estabelecimento serem servidas com aquele dispositivo pirotécnico".

Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista

As falhas na segurança: "Extintor estava vazio, motivo pelo qual acredita o extintor não ter funcionado, visto que apertava e nada saía. Afirma que tentou várias vezes apertar o gatilho do extintor, mas nada saía de dentro".

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Polícia pede lista de fiscais e secretários da prefeitura de Santa Maria que tiveram relação com alvarás da boate Kiss

A Polícia Civil notificou oficialmente a prefeitura de Santa Maria, na manhã de ontem, a entregar a relação de todos os fiscais e secretário municipais que, de alguma forma, tiveram relação com a concessão e a fiscalização de alvarás para a boate Kiss.
A lista deve conter os nomes dos servidores públicos e dos cargos políticos que passaram pelas pastas desde 2009 quando se iniciaram os trâmites para a abertura da casa noturna
O foco da Polícia Civil nos agentes públicos ligados à prefeitura, neste momento, faz parte da terceira fase de investigações da tragédia, ocorrida em 27 de janeiro, matando 239 pessoas (a maioria jovens) e deixando dezenas de feridos.
Conforme a polícia, fiscais e secretários serão ouvidos na semana que vem e deverão esclarecer alguns pontos referentes à fiscalização: como era feita e se houve negligência. Já os secretários deverão explicar o funcionamento da pasta desde a concessão de alvarás até a fiscalização.
De acordo com os delegados responsáveis pelo inquérito, a primeira fase da investigação consistia em ouvir quem estava na boate. Em um segundo momento, os bombeiros da equipe que socorreu as vítimas prestaram depoimento — seis na semana passada e outros seis ontem.
Mesmo que a Polícia Civil já tenha ouvido cerca de 160 pessoas e juntado provas e documentos suficientes para montar um inquérito que já conta com aproximadamente 1,6 mil páginas, dúvidas ainda precisam ser esclarecidas. Algumas delas poderão ser respondidas na reconstituição da tragédia, que deve ocorrer também na semana que vem. A intenção da polícia é recriar com detalhes a sequência de fatos que culminou no incêndio.

500 podem ter escapado da morte

Para isso, os sobreviventes devem ser posicionadas no ponto onde estavam no momento do incidente. Depois, as vítimas deverão mostrar aos peritos para onde correram quando o incêndio começou, como conseguiram sair e, principalmente, o que lembram da tragédia. Estima-se
que mais de 500 pessoas escaparam da morte e podem ajudar a Polícia Civil a esclarecer as causas do desastre. Os investigadores não descartam a participação de figurantes na reconstituição.

Major e capitão serão ouvidos

A Polícia Civil irá ouvir, na semana que vem, os dois responsáveis por liberar o funcionamento da boate Kiss. A casa noturna foi aberta em 2010 porque o então major Daniel da Silva Adriano considerou o local seguro para o público. Em 28 de agosto de 2009, o oficial, então chefe da Seção de Prevenção a Incêndio (SPI) do Corpo de Bombeiros, assinou o primeiro alvará de prevenção e proteção contra incêndio da boate, válido por um ano. O documento — onde consta que o estabelecimento "foi inspecionado e aprovado, de acordo com a legislação vigente" — foi determinante para que a casa noturna fosse autorizada a funcionar pela prefeitura. Mas, para que o alvará tivesse validade, seria necessário que a boate tivesse um Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI). O plano ainda não apareceu, mas Adriano, que hoje é coronel da reserva, garante que ele existe.
Em 11 de agosto de 2011, o alvará de prevenção e proteção contra incêndio da Kiss foi renovado por mais um ano. Quem assinou o documento na ocasião foi o capitão Alex da Rocha Camillo, então chefe da SPI. Mais uma vez, ficou registrado que o local "foi inspecionado e aprovado, de acordo com a legislação vigente". Em janeiro deste ano, Camillo trabalhou na Operação Golfinho, em Xangri-lá.

Depois da tragédia em Santa Maria, comanda vira polêmica no país

Os relatos das primeiras pessoas que conseguiram escapar da boate Kiss, revelando a tentativa de seguranças de impedir, nos instantes iniciais do incêndio, a saída de clientes sem o pagamento da comanda, deflagraram uma discussão nacional sobre o fim da tradicional forma de acertar a conta ao final da balada. A principal motivação é facilitar a evacuação de casas noturnas em situações semelhantes à de Santa Maria.
De Norte a Sul do país, legisladores estaduais e municipais anunciam a intenção de apresentar iniciativas para proibir o modelo de cobrança, raro no Exterior.
No embalo do debate, a vereadora Séfara Mota (PRB) protocolou, na sexta-feira, na Câmara da Capital, projeto de lei para proibir o uso da comanda. Batizada de cartão balada, a proposta prevê a possibilidade de três modalidades diferentes de cobrança: pagamento no momento do consumo, venda de fichas que seriam trocadas pelo produto no transcorrer da festa ou utilização de um cartão pré-pago para o consumo.
Desta forma, casas noturnas poderiam manter saídas de emergência destrancadas, sem preocupação com prejuízo em caso de saída rápida dos frequentadores.
Especialistas em direito do consumidor, porém, avaliam que o ideal seria uma legislação única para evitar dúvidas e diferentes interpretações. Para a diretora executiva do Procon da Capital, Flavia do Canto, o indicado seria um projeto que alterasse o Código de Defesa do Consumidor a partir de uma proposta da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão Ministério da Justiça.
— Isso também facilitaria muito a fiscalização. Se fosse uniformizado, ajudaria bastante — avalia Flavia.
A ideia de acrescentar a proibição das comandas no código é compartilhada pelo ex-desembargador Luiz Antonio Rizzatto Nunes, professor de direito do consumidor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Após a tragédia em Santa Maria, Nunes criou um abaixo-assinado virtual no site change.org/comandanao. A intenção é reunir adesões para sugerir mudança na legislação, que poderia ser alterada a partir de projeto de lei de deputado federal ou senador, além da possibilidade de medida provisória.

Líderes de classe defendem consenso

A sugestão de Nunes prevê o pagamento apenas no ato da entrega do produtos. Qualquer tipo de comanda, fichas ou cartões magnéticos de consumo seriam banidos. Assim, as casas do gênero não poderiam impedir ou dificultar a saída no momento desejado pelo consumidor.
Cacildo Vivian, diretor financeiro e ex-presidente do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), não se opõe ao fim da comanda desde que se construa uma solução de consenso em todo país
— Agora, muitos legisladores, mesmo querendo ajudar, acabam atrapalhando. É melhor que não exista um emaranhado de leis — diz Vivian, destacando que o melhor substituto da comanda seria o pagamento no ato.

O exemplo da capital maranhense

Em São Luís, capital do Maranhão, uma lei municipal de 2010 torna alternativa o uso da comanda. O sistema de controle de consumo pode ser usada apenas se solicitada pelo cliente de bares e restaurantes da cidade. E, nesses casos, a comanda impressa deve ter duas vias, sendo que uma fica com o consumidor e a outra, com o funcionário. Os prós da comanda:
— A comanda é uma forma eficiente do controle de produtos consumidos.
— A conveniência de não precisar desembolsar em espécie pequenos valores a cada pedido, às vezes com dificuldade no troco e em locais com grande número de pessoas.
— A facilidade de pagar toda a conta de uma vez só ao final, com a utilização de meios como cartões.

Os contras da comanda:

— Possibilidade de ser barrado por seguranças ao tentar deixar o local em caso de perigo.
— Grandes e demoradas filas quando um número maior de pessoas quer sair ao mesmo tempo do local, o que ocorre no final das festas.
— Atritos e divergências quando o frequentador perde a comanda, com casos em que o consumidor tem violado o direito de ir e vir.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Saiba quais são as três frentes de investigação da tragédia em Santa Maria

As investigações sobre a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria, se desdobram em três frentes.
Encarregada de apontar as causas e os responsáveis pelo incêndio, a Polícia Civil produz o inquérito policial que subsidiará o trabalho do Ministério Público na esfera criminal e civil. Já a promotoria trata de analisar documentos e coletar depoimentos de servidores da prefeitura e do Corpo de Bombeiros envolvidos na concessão dos alvarás da boate Kiss.
A terceira frente é a investigação militar. A Brigada apura a conduta dos bombeiros no episódio. Um inquérito policial-militar (IPM) pode apontar irregularidades na fiscalização e falhas no combate do fogo e resgate das vítimas. Polícia Federal auxilia na extração de imagens de celulares das vítimas.
Órgãos independentes também ajudam na elucidação. São os casos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RS), que produziu parecer apontando falhas de segurança contra incêndio, e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RS). A Câmara de Vereadores e a prefeitura, porém, não instauraram procedimentos. Ambas aguardam os resultados do inquérito. A seguir, acompanhe as três frentes de apuração, a cooperação de engenheiros e advogados e o silêncio dos políticos locais.

POLÍCIA CIVIL

- Quem investiga: delegados Marcelo Arigony, Sandro Meinerz, Luiza Sousa, Gabriel Zanella e Marcos Vianna.
- Supostos crimes apurados: homicídios culposos e dolosos, prevaricação, lavagem de dinheiro, falsidade, sonegação fiscal, lesão corporal, incêndio e os ambientais.
- Como está a investigação: dois são os rumos do inquérito policial instaurado para investigar a maior tragédia gaúcha. O primeiro apura as causas. O outro esquadrinha falhas na fiscalização da casa e na concessão de alvarás.
Prazo para conclusão: 26 de fevereiro, mas pode ser prorrogado.

BRIGADA MILITAR

- Quem investiga: coronel Flávio Lopes, comandante regional da Brigada Militar em Pelotas, no sul do Estado.
- Supostos crimes apurados: homicídio, prevaricação, corrupção passiva e lesão corporal, entre outros crimes militares que possam ser apontados pelo Inquérito policial-militar (IPM).
- Como está a investigação: estão sendo apuradas eventuais falhas na concessão de alvarás de prevenção pelo Corpo de Bombeiros, o resgate das vítimas e o envolvimento de bombeiros em empresas de prevenção de incêndio.
- Prazo para conclusão: 9 de março, podendo ser prorrogado por mais 20 dias.

MINISTÉRIO PÚBLICO

Dois procedimentos foram instaurados:

1.
- Quem investiga: promotor Cesar Augusto Pivetta Carlan.
- Supostas irregularidades apuradas: improbidade administrativa.
- Como está a investigação: Instaurado em 2011 para investigar suposta facilitação de concessão de alvarás de prevenção, emitidos pelos bombeiros, o inquérito ganhou impulso com a descoberta de que a Hidramix, de propriedade de um bombeiro, prestou serviço na boate Kiss.
- Prazo para conclusão: sem data.

2.
- Quem investiga: promotor Cesar Augusto Pivetta Carlan.
- Supostas irregularidades apuradas: improbidade administrativa e crime de responsabilidade.
- Como está a investigação: aberto no dia 30 de janeiro para investigar o 4º Comando Regional de Bombeiros e a prefeitura de Santa Maria referente à expedição de alvarás em desacordo com a legislação.
- Prazo para conclusão: sem data.

Prefeito e vereadores aguardam inquérito

A prefeitura de Santa Maria não instaurou, até o momento, nenhum procedimento de apuração. A Câmara de Vereadores, que poderia analisar os episódios envolvendo a tragédia sob o ponto de vista político, acha qualquer atitude "precipitada".

CÂMARA MUNICIPAL

- Não instaurou nenhum procedimento.

PREFEITURA

- O prefeito Cezar Schirmer não instaurou procedimento interno de apuração.
- A prefeitura só vai apurar se for apontado algum servidor nas investigações.

Órgãos independentes monitoram investigação

Advogados vinculados à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e engenheiros vinculados ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) acompanham as apurações dos órgãos oficial e colaboram com a emissão de pareceres.

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB)

- Os conselheiros Eduardo Jobim e Rodrigo Puggina acompanham a investigação policial, com acesso aos documentos do inquérito e aos depoimentos.
- Um relatório sobre o episódio foi entregue à OAB nacional.

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA (CREA)

- Emitiu parecer sobre problemas de segurança, como a falta de uma segunda saída de emergência e indicando a ausência de uma Plano de Prevenção e Combate a Incêndio assinado por um responsável técnico.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Morre em Porto Alegre a 239ª vítima do incêndio na boate Kiss

O corpo da 239ª vítima da tragédia da boate Kiss está sendo velado na tarde desta segunda-feira, na capela mortuária do Hospital de Caridade.
Rodrigo Taugen Saira, 29 anos, que era segurança da boate, morreu na noite de domingo no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, após ter duas paradas cardíacas. Taugen, nascido em Júlio de Castilhos, estava internado na Capital desde 27 de janeiro, dia em que ocorreu a tragédia.
O corpo de Taugen deve ser enterrado na manhã desta terça-feira no Cemitério Ecumênico Municipal.

Reduz para 48 o número de vítimas internadas após incêndio na Kiss

A Secretaria Estadual da Saúde divulgou no fim da tarde de segunda-feira o número de pessoas que seguem internadas em hospitais do Estado devido ao incêndio na boate Kiss.
Em Santa Maria, há 12 pacientes internados ainda, mas nenhum deles com ventilação mecânca. Já na Capital, 33 pessoas estão hospitalizadas, das quais 11 precisam de respiração por aparelhos.
Caxias e Canoas também tratam feridos da tragédia e têm, respectivaente, um e dois pacientes cada.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Morre em Porto Alegre a 239ª vítima do incêndio na boate Kiss

A Secretaria Estadual de Saúde confirmou nesta manhã a morte da 239ª vítima do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria. O óbito ocorreu na noite de domingo no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, onde o paciente estava internado.
O governo aguarda uma posição da família para decidir se divulga a identidade da vítima.
Fonte: Zero Hora

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Cai para 75 o número de internados da tragédia de Santa Maria

A Secretaria Estadual da Saúde anunciou nesta quarta-feira que seis pacientes da tragédia ocorrida na boate Kiss, em Santa Maria, no Centro do Estado, receberam alta nas últimas 24 horas. Desta forma, o número de internados por causa do incêndio caiu para 75. O número total de pacientes que precisam de ventilação mecânica também diminuiu, passando de 23 para 21.
Os internados estão em quatro cidades do Estado. Porto Alegre atende ao maior número de pacientes, com 45. Destes, 20 respiram apenas com o aparelho de ventilação mecânica. Nos hospitais de Santa Maria estão 26 feridos do acidente na cidade. Três pessoas estão internadas em Canoas e uma em Caxias do Sul.

A tragédia

O incêndio na boate Kiss – que fica na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria – começou por volta das 2h30min do último domingo. O público jovem participava de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador. O objeto teria encostado em uma forração de isopor.
As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início. Testemunhas relataram que, a princípio, parecia uma briga e os seguranças fizeram um cordão de bloqueio. Mas, quando viram que era um incêndio, liberaram a passagem.
Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram. Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimões, usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate.

Polícia apreende materiais na casa de músicos da Gurizada Fandangueira

Policiais civis cumpriram, na manhã desta quarta-feira, cinco mandados de busca e apreensão na casa dos músicos da banda Gurizada Fandangueira. O material apreendido foi encaminhado à 1ª Delegacia de Polícia Civil (1ª DP). A equipe que investiga a tragédia na boate Kiss em Santa Maria está à procura de imagens que mostrem o uso de pirotecnia em shows anteriores feitos pelo grupo musical.
Até o momento, provas testemunhais dão conta que um dos integrantes da Gurizada Fandangueira apontou um sinalizador para o teto da danceteria, onde estava instalada a espuma de poliuretano. A combustão do material é apontada pela Polícia Civil como a principal causa dos óbitos, decorrentes, em sua maioria, da inalação de monóxido de carbono e cianeto.
O vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor Luciano Augusto Bonilha Leão estão presos desde do dia 28 de janeiro.

Empresário afirmou em entrevista de 2011 que recebia até 1,4 mil pessoas na boate

Uma entrevista concedida por um dos sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko, ao Diário de Santa Maria e publicada em 16 de junho de 2011 na coluna Zoom aponta, pelas palavras do próprio sócio, que era prática comum superlotar a casa noturna.
>> Leia a entrevista publicada na coluna Zoom do dia 16/06/2011, no Diário de Santa Maria
Na reportagem, Kiko afirmava:
_ Sempre temos 700 ingressos antecipados e 700 na hora. Estamos tentando trabalhar para atender da melhor maneira o público. Tanto que passamos de quatro para 10 caixas.
Conforme o Corpo de Bombeiros informou logo após a tragédia, que vitimou 238 pessoas, a boate não poderia receber mais de 691 pessoas. A declaração dada em 2011 indica que eram colocadas até 1,4 mil clientes no local. Segundo informações preliminares da investigação, a superlotaçãopode ter sido um fatores que dificultaram a saída das pessoas do local e que agravaram a tragédia.
Na época, a declaração foi uma das justificativas do empresário, entre outras, para as longas filas que se formavam na frente da boate, o que incomodava os frequentadores.
Clique na imagem e confira o perfil das 238 vítimas

Fonte: Diário de Santa Maria

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Médico diz que alta de sócio da boate Kiss depende de decisão da Justiça sobre local onde ele ficará preso

O médico que atende Elissandro Spohr, conhecido como Kiko, um dos sócios da boate Kiss, disse que o empresário só deve receber alta após a Justiça se manifestar sobre o pedido da defesa dele para que não seja encaminhado ao presído de Santa Maria.
De acordo com Paulo Viécile, Kiko poderia sofrer abalo psicológico ao retornar à cidade onde ocorreu a tragédia. Outro problema seria o risco à integridade física dele, uma vez que poderia sofrer represálias por ser um dos sócios da boate Kiss.
Ainda não há previsão de quando a Justiça se manifestará sobre a possível transferência do empresário para outro presídio. O médico também confirmou que concederá uma entrevista coletiva após as 18h15min para detalhar o estado de saúde de Kiko.
Kiko está internado sob custódia no Hospital Santa Lúcia, em Cruz Alta, no noroeste do Estado. Por volta das 17h30min de segunda-feira, ele foi visto espiando a movimentação da rua pela janela do quarto. 
O advogado de Spohr, Jader Marques, não foi localizado pela reportagem de Zero Hora para comentar o assunto. 
Kiko concedeu uma entrevista exclusiva ao repórter Giovani Grizotti, da RBS TV, que foi ao ar na noite de domingo no programa Fantástico, da Rede Globo. Em depoimento, ele falou sobre a lotação, o alvará e outras questões relacionadas ao incêndio da boate Kiss.

Onze deixam hospitais e 81 seguem internados após tragédia em Santa Maria

Onze pacientes que estavam internados em função do incêndio na boate Kiss receberam alta nas últimas 24 horas. Conforme a Secretaria Estadual da Saúde, as vítimas estavam hospitalizadas em Porto Alegre, Ijuí e Santa Maria. Com isso, cai para 81 o número de pessoas que seguem recebendo atendimento.
Na Capital, 46 feridos na tragédia estão internados em sete instituições da cidade. Outros 31 recebem atendimento em Santa Maria, três estão em Canoas e um paciente está em Caxias do Sul. São pelo menos 23 casos graves que ainda necessitam de ventilação mecânica.
No início da tarde desta terça-feira, com a confirmação da morte de Pedro Almeida, subiu para 238 o número de vítimas na tragédia. O jovem estava hospitalizado desde o dia do incêndio na Santa Casa de Porto Alegre.

Morre a 238ª vítima da tragédia na boate Kiss

A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre confirmou na tarde desta terça-feira a 238ª vítima da tragédia na boate Kiss. Pedro Almeida foi um dos primeiros a ser transferido do Hospital Universitário (Husm) na manhã do incêndio e morreu no início da tarde.
A namorada de Pedro, Natane Ribeiro da Silva, segue internada no Hospital Mãe de Deus. Em breve, mais informações.
Fonte: Diário Gaúcho

Promotor é contra pedidos de liberdade dos envolvidos no incêndio da boate Kiss

O promotor Joel Dutra, do Ministério Público Estadual, encaminhará, ainda na tarde desta terça-feira, manifestação contrária aos pedidos de liberdade solicitados pelos advogados dos sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann e do produtor da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão.
O juiz Ulysses Louzada deve se manifestar ainda nesta terça-feira a respeito do relaxamento das prisões.
Segundo o delegado Marcelo Arigony, será investigado também se os extintores utilizados na danceteria eram próprios para o local. Após a perícia, a Kiss será novamente lacrada até a conclusão do inquérito civil.
Já um dos sócios da boate, Elissandro Spohr, o Kiko, pode deixar o hospital em que está internado, em Cruz Alta, até o fim da tarde desta terça-feira. O depoimento dele é um dos mais esperados pela Polícia Civil, que cumpriu mandados de busca em estabelecimentos e na casa de Kiko atrás de documentos os quais comprovariam as suspeitas de que a boate funcionaria superlotada.
Fonte: Diário Gaúcho

Governo pode cobrar de donos da Kiss benefícios pagos pelo INSS após tragédia em Santa Maria

A Advocacia-Geral da União (AGU) estuda ajuizar ações regressivas previdenciárias contra os donos da boate Kiss, de Santa Maria, onde pelo menos 237 pessoas morreram no incêndio do dia 27 de janeiro.
De acordo com o Código Civil, a medida pode ser tomada quando há provas pré-existentes de dolo ou culpa em casos de acidentes de trabalho e trânsito, por exemplo, em que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) paga os custos gerados com as vítimas.
No entanto, para que sejam fundamentadas, as ações somente podem ser impetradas após a conclusão do inquérito conduzido pela Polícia Civil. Caso a polícia entenda que os proprietários da boate têm responsabilidade no incidente, a AGU pode cobrar destes os benefícios previdenciários concedidos às vítimas e que possivelmente tenham causado prejuízos ao INSS.
A AGU cita duas situações passíveis de responsabilização no caso da danceteria. Em uma delas, a administração da casa noturna pode ser responsabilizada por omissão no cumprimento das normas de segurança do trabalho referente aos seus funcionários. Na segunda hipótese, os donos da Kiss correm o risco de serem cobrados pelo envolvimento de consumidores no acidente dentro do estabelecimento comercial.
Conforme a AGU, não há um levantamento prévio dos benefícios concedidos pela Previdência relacionados à tragédia em Santa Maria. O órgão afirma que tem obtido êxito em casos de responsabilização de condutores comprovadamente alcoolizados ou em situações de imprudência nos acidentes de trânsito, além de situações que envolvem violência doméstica com a aplicação da Lei Maria da Penha.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Sucessão de erros e legislação falha causaram incêndio em SM, diz Crea

A comissão formada por especialistas em segurança pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio Grande do Sul (Crea/RS) apresentou seu parecer técnico nesta segunda-feira sobre as condições do prédio da boate Kiss, onde um incêndio deixou 237 mortos em Santa Maria. Conforme o relatório, a causa do acidente foi uma sucessão de erros, aliada a uma legislação cheia de falhas.
No relatório, o Crea informou que o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) do local não havia a assinatura de um responsável técnico. O conselho também criticou o sistema que foi criado em 2005 para desburocratizar a emissão de planos de segurança, mesmo nos espaços onde há grande aglomeração de pessoas.
Além disso, os especialistas confirmaram que houve falha nos extintores na hora de controlar o incêndio e que o número de vítimas foi alto devido às dificuldades de evacuação e superlotação do prédio. A falta de sinalização para a saída do local também foi apontado pelo Conselho.
A comissão sugeriu uma legislação mais rígida, treinamento dos funcionários para situações de emergência, certificação dos materiais utilizados e proibição dos licenciamentos provisórios sem alvará do Corpo de Bombeiros.

Espuma apontada como causa das mortes na boate Kiss foi comprada em loja de colchões de Santa Maria

A espuma de poliuretano usada como revestimento acústico da boate Kiss, e apontada pela Polícia Civil como a principal causa das 237 mortes na tragédia do dia 27 de janeiro, foi comprada pelos donos da danceteria em uma loja de colchões de Santa Maria. Conforme reportagem do repórter Giovani Grizotti, da RBS TV, transmitida no Jornal Hoje, da Rede Globo, o produto é vendido a R$ 30 por metro quadrado.
De acordo com o proprietário do estabelecimento comercial, Flávio Boeira, o responsável pela reforma na Kiss encomendava o material e ele providenciava com a empresa fabricante, não revelada na reportagem. Boeira afirmou que desconhece proibições ao uso da espuma.

Teste ZH: entenda como ocorre a combustão da espuma de poliuretano


Tudo que eu tenho na loja é de espuma, feito de poliuretano. Acredito que, a partir de agora, vai ser um divisor de águas. Ninguém mais vai querer comprar — declarou Boeira.
O dono do comércio disse não lembrar da época em que foi realizado o último pedido da Kiss, mas, em depoimento à polícia, prometeu encaminhar as notas fiscais da compra. Entre outros clientes de Boeira há igrejas e consultórios dentários.
Fonte: Pioneiro 

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Chega ao Estado o antídoto contra efeitos da fumaça tóxica

Aterrizou às 13h17min deste sábado na Base Aérea de Canoas, o Legacy da Força Aérea Brasileira trazendo uma esperança para os feridos na tragédia de Santa Maria. A aeronave carrega 140 kits do remédio injetável que pode reduzir os efeitos da fumaça tóxica no organismo das vítimas. Dezoito pacientes internados na Capital devem receber ainda esta tarde a medicação.
A carga com 76 doses ficou em Porto Alegre e 64 foi enviada para Santa Maria. Na Capital, há pedidos do medicamento para sete pacientes no Hospital Cristo Redentor, oito na Santa Casa e três para o HPS.
O medicamento chegou ao país no voo 243, vindo de Saint Louis, nos Estados Unidos, esta manhã. O hidroxicobalabima serve como um antídoto para o cianeto, elemento químico venenoso depositado no corpo dos jovens que aspiraram a fumaça tóxica contendo ácido cianídrico. A carga foi doada pelo governo americano, a partir de pedido encaminhado pelo Ministério da Saúde e que contou com o apoio do governo americano.
Às 10h20min, os kits passavam pela alfândega, sendo inspecionados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O medicamento

A Hidroxicobalamina (vitamina B12 injetável) é indicada para o tratamento de intoxicação por cianeto — gás tóxico ao sistema respiratório.
Cada kit de Hidroxicobalamina possui 5g e o medicamento é aplicado de forma intravenosa. A expectativa é de que a quantidade seja suficiente para anular os possíveis efeitos tóxicos do cianeto no organismo.
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